Exame - Portugal - Edição 437 (2020-09)

(Antfer) #1
GETTY IMAGES

SETEMBRO 2020. EXAME. 29

foram mais procurados. As exportações
subiram mais de 30 milhões de euros, ou
4,5% face ao período homólogo, e apro-
ximaram-se dos 710 milhões de euros.
Gonçalo Santos Andrade, presidente-exe-
cutivo da Portugal Fresh, revela à EXAME
que “os produtos mais exportados em va-
lor são os pequenos frutos, principalmen-
te a framboesa, o tomate processado, a la-
ranja e a pera”. O setor exportou para 133
países, principalmente para o mercado da
UE, que absorveu 78% do valor. Na UE, os
principais mercados são Espanha, Fran-

ça, Holanda e Alemanha. Entre os paí-
ses terceiros destacam-se Reino Unido,
o Brasil e Angola.
O responsável daquela associação
para a promoção de frutas, legumes e
flores realça que “toda a cadeia agroali-
mentar não parou e isso foi fundamental
para conseguirmos manter um bom nível
das nossas exportações, embora com me-
nor crescimento no segundo trimestre”.
Gonçalo Santos Andrade nota ainda que
“os consumidores europeus mantiveram
uma elevada procura de produtos frescos
e saudáveis, a fim de manterem uma dieta
equilibrada”.Também os bens alimenta-
res acompanharam este movimento de
subidas das exportações. O aumento foi
ligeiro, de 0,36% (o equivalente a 6,9 mi-
lhões de euros), para 1,91 mil milhões. Já
os produtos de silvicultura e de explora-
ção florestal tiveram um aumento relativo
ainda maior. Um acréscimo de 11%, que
corresponde a 4,7 milhões, para 44,8 mi-
lhões de euros.

NEM TODOS OS DESTINOS QUEBRARAM
O estrago nas exportações portuguesas
face ao ano anterior é significativo. E
mesmo que o País só tenha entrado em
estado de emergência em março, desde
o início do ano que a pandemia vinha a
condicionar as vendas para o exterior.
Nessa altura já o comércio internacional
tremia, após a China ter confinado, em
janeiro, parte do seu território devido ao
surto de Covid-19 detetado em Wuhan.
O impacto sentiu-se bastante mais no se-
gundo trimestre. Se, entre o início de ja-
neiro e o final de março, as exportações
portuguesas tinham descido mais de 3%
face ao mesmo período de 2019, no tri-
mestre que se seguiu, afundaram 30%
face ao homólogo.
Em junho, porém, a queda já foi de
menor dimensão: uma descida de 10 por
cento. E, mesmo com a crise sem prece-
dentes a paralisar o mundo desde o iní-
cio do ano, as vendas de bens portugue-
ses para o exterior estão longe de registar
em mínimos. O valor das exportações de
bens no primeiro semestre é mais alto do
que o verificado no mesmo período de


  1. Aliás, desde 2010, apenas nas pri-
    meiras metades dos últimos três anos se
    tinha conseguido um volume maior do


A internacionalização


e a exportação têm


sido dois dos grandes


desafios da indústria


farmacêutica de base


produtiva nacional”


Apifarma

Free download pdf