Exame - Portugal - Edição 437 (2020-09)

(Antfer) #1
SETEMBRO 2020. EXAME. 83

aulo Magalhães,
CEO da Tlantic,
empresa tecnoló-
gica com clientes
como o Grupo Sonae e Pão
de Açúcar, Lidl, Rádio Popu-
lar, rede comercial Zaffari ou
Panvel, na Península Ibérica e
no Brasil, considera que não
há nenhum retalhista que não
tenha hoje presença digital.


O e-commerce é mais que uma
tendência do mundo atual?
Essa é a realidade, mas o
e-commerce ainda está no
princípio, 25 anos depois de
nascer. Apesar de se adequar a
compras avulsas e planeadas,
está longe de um modelo es-
tável para a compra digital de
dezenas de artigos, diversos e
de valor relativamente baixo.
Mesmo nos casos mais bem-
-sucedidos, o e-commerce
alimentar é irrelevante quan-
do medido pela sua proporção
nas vendas totais dos retalhis-
tas. Para além disso, requer um
enorme esforço logístico e hu-
mano com retorno incipiente.
Também porque, entretanto, se
conciliou conveniência, isto é,
proximidade das lojas físicas,
com preço, estas continuarão a
ser determinantes no comércio,


enquanto espaço de ligação de
pessoas, artigos e serviços. Por
isso a Tlantic aposta em mode-
los de retalho que articulam o
mundo das lojas com o digital.

Quais são os principais desa-
fios atuais, para uma empre-
sa tecnológica como a Tlan-
tic, de um comércio cada vez
mais eletrónico em Portugal
e no mundo?
A Tlantic apoia os retalhistas
na transformação das suas
operações de loja e na comuni-
cação e relacionamento digital
com o cliente. Assume o desa-
fio de atuar a partir do chão da
loja, com software que agiliza
e facilita a sua operação, a ges-
tão das pessoas e as transações
e comunicação com os consu-
midores, onde quer que se en-
contrem. Conhecer os clientes
tornou-se um desafio enorme,
que só alguns retalhistas con-
seguiram aflorar, com custos
elevadíssimos.
A Internet nos telemóveis está
a promover a segunda grande
revolução no retalho: a etique-
tagem dos clientes. Estamos to-
dos ainda a experimentar abor-
dagens a este novo paradigma,
mas os retalhistas com redes
de lojas e vasta experiência na

gestão de redes de aprovisiona-
mento e distribuição partem
com vantagem na adaptação
aos desafios da digitalização.

Ter uma loja online significa ter
o nosso negócio aberto ao pú-
blico 24 horas por dia, em qual-
quer momento ou lugar. Como
é que se assegura esse serviço?
Operar 24 horas por dia é a
norma numa cadeia de retalho.
O trabalho logístico noturno –
de distribuição e arrumação
dos artigos nas lojas – envolve
muita gente e amplos meios de
transporte e de processamen-
to de informação. A tudo isto a
loja online acrescenta a atenção
ininterrupta com o cliente. Re-
quer que se assegure a conti-
nuidade no acesso a toda a in-

formação sobre o catálogo de
artigos, precisão sobre o stock
disponível e rastreabilidade das
encomendas. Sempre.

Quais são os princípios base
de estudo e preparação, im-
plementação e execução de
projetos da vossa empresa
tendo em conta as especifici-
dades de cada mercado?
Para atuar internacionalmen-
te, a Tlantic estruturou os seus
softwares de operação de loja
e relação com o consumidor,
para permitir a incorporação
de aspetos específicos de cada
país por simples configuração.
Os projetos de implementação
e gestão da mudança são sem-
pre feitos com equipas locais da
Tlantic ou de parceiros.

O ECOMMERCE É A REALIDADE


As fronteiras entre comércio eletrónico e físico estão a esbater-se e darão lugar a um novo retalho


P


A TLANTIC APOSTA EM MODELOS DE
RETALHO QUE ARTICULAM O MUNDO
DAS LOJAS COM O DIGITAL

Paulo Magalhães,
CEO da Tlantic

CAPACIDADE E COMPETÊNCIA
“Escolhemos a Tlantic por demonstrar a capacidade e competência
necessárias para nos apoiar na adequação das nossas escalas de tra-
balho às necessidades dos clientes. Com a inteligência dos modelos
de previsão e os algoritmos de geração assistida dos horários será
mais fácil para a Lidl conciliar os interesses dos colaboradores com os
da operação.”
Dionísio Santos, diretor coordenador de IT da Lidl Portugal.
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