BRUNO FERNANDES
RUI MIGUEL GOMES
TOMAZ ANDRADE
bbb Sporting e Braga comu-
nicaram ontem que chegaram
a um acordo para resolver o
imbróglio iniciado com o atra-
so nos pagamentos de Rúben
Amorim, técnico que em mar-
ço último trocou o Minho por
Lisboa. Depois de vários epi-
sódios e de um cenário de cisão
quase irremediável, as partes
acordaram o pagamento de
12,1 milhões de euros (M€)
para evitar a via jurídica, assu-
mindo a administração lidera-
da por Frederico Varandas li-
quidar tudo até final de
2020/21.
As contas são fáceis de fazer:
aos 10 M€ da cláusula de resci-
são do treinador acrescenta-se
a penalização (1,23 M€) pelo
facto de o Sporting não ter
cumprido com o primeiro pa-
gamento de 5 M€ (venceu em
março), assumindo-se tam-
bém os juros de mora vencidos
e vincendos (total de 850 mil
euros), que se foram acumu-
lando precisamente por essa
verba inicial não ter sido liqui-
dada. Do bolo, 2,5 M€, refe-
rente à primeira tranche, já
deram ontem entrada nas
contas dos arsenalistas.
Neste entendimento, há
ainda que destacar o docu-
mento assinado pelos leões e
no qual estes assumem a dívi-
da, sob pena de permitirem
que o Braga adote uma posição
executória junto de um juiz:
caso o Sporting falhe uma das
prestações, a sociedade lidera-
da por António Salvador tem
capacidade de hipoteca, ponto
que fez questão de ser impera-
tivo para chegar a acordo.
Não obstante, o Sporting
manteve sempre a mesma
postura, explicando, nas reu-
niões que manteve com os
responsáveis dos bracarenses,
que uma eventual queixa nas
instâncias internacionais,
AMORIM PAGO ATÉ
FINAL DA ÉPOCA
como UEFA e FIFA, apenas iria
prolongar a celeuma durante
um prazo indeterminado, re-
cordando que o carácter exce-
cional provocado pela pande-
mia levou muitos clubes a
pedir moratórias sobre acor-
dos já celebrados, inclusive
alguns onde os de Alvalade
eram entidade credora.
Recorde-se que, no meio
desta pasta, o Braga tinha
avançado com os 2,5 M€ refe-
rentes ao IVA da mudança de
Amorim para o Sporting (fo-
ram os minhotos que emiti-
ram a fatura), apesar de a SAD
verde e branca ter ressarcido a
outra sociedade em maio; ou
seja, este valor não entra para
as contas totais.
Uma nota final para a pena-
lização extra, para além do
poder executório do Braga,
que está presente neste com-
promisso, avaliada em 1,
M€, à qual se acresce o IVA,
estabelecendo-a acima dos 1,
M€. O Sporting apresentou
garantias que diz permitir
cumprir todas as parcelas sem
falhas.
FECHADO Leões assumem
penalizações num acordo
de 12,1 M€, dos quais 2,5 já
foram liquidados. Braga
fica com poder executório
Apenas quatro dias após o
prazo dado por Salvador a
Varandas para a resolução
de um imbróglio iniciado
há seis meses, as partes
encontraram plataforma
de entendimento, evitan-
do entrar pela via jurídica
O entendimento entre Sporting e Braga pode permitir
que as relações entre ambos os clubes se normalizem,
afastando de imediato disputas legais que poderiam durar
anos até serem resolvidas. Neste momento, lisboetas e
minhotos parecem não continuar dispostos a executar
novos acordos, principalmente os arsenalistas, que sabem
do interesse verde e branco em contratar Paulinho,
artilheiro da formação agora comandada por Carlos
Carvalhal. António Salvador, presidente do Braga, pediu
sempre 30 milhões de euros para libertar o futebolista.
Passo para normalizar as relações
Marcos Acuña (na foto) continua entre as
opções do Sevilha para o lado esquerdo da
defesa, porém Ramón Rodríguez (Monchi),
diretor desportivo, deixou claro à Imprensa
espanhola que o clube “não fez qualquer
proposta” pelo atleta leonino. “Somos
estáveis economicamente, mas também
fomos afetados [pela pandemia]. Queremos
melhorar a equipa”, disse.
NEGÓCIO MONCHI GARANTE QUE
NÃO FEZ PROPOSTA POR ACUÑA
I LIGA
SPORTINGSPORTING
1,7 M€
Para além
do poder
executório
que dá ao
Braga, o
Sporting
pode ainda
incorrer
numa
penalização
de 1,7 M€
caso falhe
um prazo do
acordo
MULTA
Gerardo Santos / Global Imagens
Quarta-feira, 9 setembro 2020
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