A Bola - 20200909

A BOLA

Quarta-feira
9 de setembro de 2020

05

os jogadores da...

Olsen deve falar

outra língua

Krafth (4) — Apanhado desprevenido
pela entrada de Pepe ao segundo poste e
longe da ação no bis de Ronaldo.
Jansson (4) — Um dos males típicos
dos suecos: pelo ar tudo bem, bola no
chão... grande confusão.
Helander (4) — Lento e com fraca
perceção dos movimentos de CR7 e
Bruno Fernandes.
Augustinsson (5) — Melhor a
defender com 10. Mas também provou do
veneno de Cristiano Ronaldo.
Kulusevki (5) — Procurou manter o
coletivo em sintonia com o modelo.
Svensson (3) — Passou a acelerar por
dois amarelos. Ao segundo viu vermelho.
Tanta dureza, rapaz.
Olsson (5) — Um remate de longe no
registo (37’). Batalhador, apesar de tudo.
Forsberg (6) — O único capaz de abrir
horizontes ofensivos e injetar jogo
ofensivo numa Suécia apagada.
Berg (5) — O primeiro a criar perigo,
num cabeceamento. Falhou o alvo e
depois fechou a loja.
Isak (4) — Mexido e empreendedor,
mas, tudo espremido, dessa liberdade
tática não retirou grandes benefícios.
Quaison (4) — Mal se deu por ele.
Svanberg (—) — Deu alguma chama.
Ekdal (—) — Última substituição. E bem
vista: na iminência de sofrer o 0-3, a
Suécia queimou alguns segundos...

2

JOGOS

Que fazer quando a clas-

se mundial de Cristiano Ronaldo emer-

ge com este esplendor? O guarda-re-

des cedido pela Roma ao Cagliari deu

o mote aos companheiros para adiar o

golo 100 e 101 de CR7 com duas belís-

simas defesas. Ninguém o ouviu, nin-

guém lhe ligou nenhuma quando lan-

çou avisos para evitar faltas à entrada

da área ou amarrar Ronaldo (bom, isso

é realmente pedir o impossível).

j^6

A figura

OLSEN

180

MINUTOS

• 
  

GOLOS

jOs números na fase de grupos

da Liga das Nações

SUÉCIA

Por

PASCOAL SOUSA

f

SELEÇÃO A

Futebol

Máscaras...

só no estádio

SOLNA — Quem chega de

Portugal pode ficar chocado. O

uso de máscara de proteção não

é obrigatório na Suécia e

praticamente ninguém a usa. Nos

transportes, nos restaurantes, no

centro comercial mesmo ao lado

do estádio, habitualmente

apinhado ao final do dia... A

exceção foi mesmo dentro do

Friends Arena, UEFA oblige —

mas em todo o lado não faltam

dispensadores de álcool gel. Foi

sempre assim desde que a

pandemia começou a afetar a

Europa. Dizem por cá que este é

o melhor remédio. E os números

parecem agora comprová-lo. Há

três dias, as autoridades de

saúde reportaram apenas 67

casos, número bem distante dos

315 registados no nosso País

também no domingo. Ontem,

óbitos houve apenas mais um do

que em Portugal... Por cá, a vida

corre serena.

O 7 a seu

dono

Com a Croácia foi usado por

Sérgio Oliveira, ontem, foi

naturalmente gravado na

camisola de Cristiano Ronaldo,

recuperado da infeção num dedo

do pé direito e a liderar a Seleção

Nacional. O 7 a seu dono.

Sem passeio

Estava marcado para as 10 horas,

mas foi anulado. O dia

amanheceu cinzento, chuvoso e

frio na região de Estocolmo e os

jogadores não fizeram o habitual

passeio.

Dia de festa

Bruno Fernandes, 26, e João

Moutinho, 34, celebraram ontem

os seus aniversários. Longe da

família mas abraçados por uma

família especial.

Hino especial

O hino sueco foi entoado por

suecos através do ecrã gigante

do Friends Arena. Um momento

emocionante, para inspirar a

seleção em tempos de pandemia.

O apoio possível num estádio

tristemente vazio.

RONALDO CHEGA AOS 101

jNúmeros redondos de CR

jSeleção Nacional

GOLO DATA JOGO RES.

1 12/06/2004 Portugal-Grécia 1-

10 01/03/2006 Portugal-A. Saudita 3-

20 17/10/2007 Cazaquistão-Portugal 0-

30 11/10/2011 Dinamarca-Portugal 2-

40 14/08/2013 Portugal-Holanda 1-

50 26/06/2014 Portugal-Gana 2-

60 22/06/2016 Hungria-Portugal 3-

70 25/03/2017 Portugal-Hungria 3-

80 23/03/2018 Egito-Portugal 1-

90 10/09/2019 Lituânia-Portugal 1-

100 08/08/2020 Suécia-Portugal 0-

MÁXIMOS GOLEADORES

EM SELEÇÕES

JOGADOR SELEÇÃO J G

Ali Daei Irão 149 109

Cristiano Ronaldo Portugal 165 101

Ferenc Púskas Hungria 89 84

Kamamoto Japão 84 80

Chitalu Zâmbia 108 79

Hussein Saeed Iraque 137 78

Pelé Brasil 91 77

Kocsis Hungria 68 75

Abdullah Kuweit 133 75

Phiri Malawi 115 71

(16.º) Messi* Argentina 138 70

*no ativo, é o mais próximo perseguidor de CR

Cristiano Ronaldo atinge marca histórica dFica a apenas oito do

máximo de Ali Daei dResposta aos suecos: «Não ligo a provocações»

«Já está: 100.º e 101.º

foram dois golaços!»

S

OLNA — Já está! Em dois

momentos de pura ma-

gia, Cristiano Ronaldo, o

tal que os suecos referiam

como diminuindo a qua-

lidade da Seleção Nacional estan-

do em campo, atingiu (e ultrapas-

sou) finalmente a marca dos 100

golos pela Seleção Nacional. São

agora 101 e para chegar ao máxi-

mo de sempre, pertença do ira-

niano Ali Daei, com 109, faltam-

-lhe apenas oito. Lá chegará em

breve, decerto.

Mas o mais impressionante nes-

ta proeza iniciada no jogo inaugu-

ral do Euro-2004 frente à Grécia no

Dragão e agora alcançada em Sol-

na aos 35 anos de idade é que, se

CR7 demorou dez anos, os primei-

ros desta longa caminhada, para

chegar aos 50, precisou de apenas

seis, já no chamado ocaso (se é que

isso existe no dicionário de Ronal-

do), para celebrar os 100. Incrível!

Único! Memorável! Eterno!

«Já está, a marca dos 100 e dos

101 está atingida e logo com dois

golaços!», começou por expres-

sar um sorridente Cristiano Ro-

naldo. «A verdade é que além da

natural alegria pela proeza indi-

vidual, estou muito feliz por ter-

mos ganho, que era o que quería-

mos, o objetivo. Sinto-me bem,

contente por estar no meio deste

lote de jovens e a desfrutar do mo-

mento, tanto individual quanto

coletivo, que é o mais importan-

te. Eu quando tive o problema no

dedo sabia que podia recuperar

para o segundo jogo. Gosto de es-

tar aqui na Seleção, com o grupo,

com o treinador e com o staff. Sa-

bia que comigo ou sem mim, faría-

mos um bom jogo. Mas queria es-

tar nele. Correu bem, fiz dois golos

importantes e bati essa marca dos

100. O recorde de 109, agora, é
     passo a passo, sem obsessão. Os
     recordes aparecem de forma natu-
     ral», continuou antes de falar da
     provocação dos suecos.
     «Não ligo a provocações, o que
     tenho feito fala por si e é feito em
     campo, nunca fora dele», concluiu
     Cristiano Ronaldo.

Por

NUNO SARAIVA SANTOS

SÉRGIO MIGUEL SANTOS/ASF

E já são 101 as celebrações, quase tão espetaculares quanto os golos, de CR7 por Portugal

O mundo reagiu à enorme proeza

jDe Nuno Gomes a Rio Ferdi-

nand, passando por Nani e Mar-

celo... tantos, tantos elogios

SOLNA — Ainda Ronaldo refe-

ria após o jogo as saudades que

sente dos assobios, «pela pica»

que lhe dão, ao falar dos estádios

vazios como «circo sem palhaços

ou jardins sem flores», e já o mun-

do reagia à chegada à centena de

golos. Nuno Gomes, antigo golea-

dor da Seleção, pediu: «Venham

mais 100!» Ferdinand, antigo com-

panheiro no M. United: «Alguns

nem 100 golos marcam na carrei-

ra, quanto mais pela equipa na-

cional... Mas continuo a ser mais

bonito do que tu!» Também Nani

falou: «É um orgulho fazer parte da

história do melhor jogador de sem-

pre. Fizeste de mim melhor joga-

dor.» Por fim, o brasileiro Marce-

lo: «Tão feliz por ti, amigo!»