A Bola - 20200909

06 A BOLA

Quarta-feira

9 de setembro de 2020

SELEÇÃO A jSUÉCIA-PORTUGAL

Futebol

SÉRGIO MIGUEL SANTOS/ASF

A festa de CR7 com olhar atento

Fernando Santos não gostou da forma como Portugal entrou no jogo

SÉRGIO MIGUEL SANTOS/ASF

«Ele bate recordes,

alimenta-se disso»

Como é ter Cristiano Ronaldo?, questionam os suecos dFernando

Santos fala de vitória justa, mas com altos e baixos dExpulsão ajudou

Por

NUNO SARAIVA SANTOS

S

OLNA — Para um treina-
dor, como é ter Cristiano
Ronaldo? A pergunta sur-
giu já na fase final da con-
ferência de imprensa, fei-
ta pela imprensa sueca, depois de
CR7 ter bisado e chegado aos 101
golos pela Seleção Nacional. Res-
pondeu Fernando Santos, a lem-
brar os tempos do Sporting, e a
descrever aos suecos um atleta in-
saciável, qualquer que seja a ida-
de. «Para mim, [treiná-lo] é um
prazer. Fui treinador dele no Spor-
ting antes de ir para o Manchester
United e já se previa que seria um
fenómeno. Ele não faz recordes,
ele bate recordes, alimenta-se dis-
so. Quando acham que os recordes
acabam, ele arranja outros. Tem
fome de títulos. Está no ADN dele,
já era assim com 19 anos, quer ga-
nhar mais e mais», afirmou o se-
lecionador nacional.
Explicado aos suecos o que é
treinar Ronaldo, Fernando Santos
também analisou a equipa. E, aqui,
o treinador não duvidou da justi-
ça do triunfo, mas considerou a
exibição intermitente. «A vitória
é justa, o jogo teve altos e baixos.
Foi controlado pela equipa portu-
guesa, mas tivemos 20 minutos
complicados. Criaram problemas
no jogo aéreo», vincou o Selecio-
nador Nacional.
Fernando Santos admitiu que a
expulsão de Svensson facilitou a
vida de Portugal, até porque Cris-
tiano Ronaldo marcou na jogada
seguinte. Mas o rendimento já ti-
nha subido. «A expulsão foi fun-
damental no jogo. Apesar de acre-
ditar que Portugal venceria na
mesma, a expulsão ajudou. A equi-
pa estava melhor, criava situações
de golo. Marcámos, tivemos situa-
ções para marcar. A vitória é jus-
ta, a exibição não é tão consegui-
da como isso», reconheceu
Fernando Santos, aqui no flash-
-interview da RTP.
Sobre as contas do grupo 3, o se-
lecionador nacional recusou a ideia
de Portugal e França estarem em
vantagem: «A Croácia em casa vai
mostrar qualidade, a Suécia vai lu-
tar.»

jFernando Santos considera in-

justa a pouca atenção à prova;

compara-a aos Europeus a 16

Liga das Nações como um Europeu

SOLNA — A vitória na Suécia

deixa Portugal na liderança do gru-

po 3 da Liga das Nações, com os

mesmos pontos da França, e o pró-

ximo jogo é a 11 de outubro, em

Saint-Denis.

«Daqui a um mês olhamos para

o jogo em França. Tudo faremos

para vencer. Queremos estar na

fase final da Liga das Nações, ten-

tar revalidar um título que conse-

guimos com brilhantismo», asse-

gurou Fernando Santos à SportTV.

O selecionador nacional conside-

ra injusta a pouca atenção dada à

Liga das Nações. Para o treinador,

o formato da prova assemelha-se

ao Europeu a 16 seleções — antes

do Euro-2016 —, o que aumenta a

dificuldade para todos.

«Esta Liga das Nações passa ao

lado das pessoas. Mas é mais difí-

cil disputar do que um Campeona-

to da Europa. Aqui só jogam os

melhores. Estes quatro grupos de

quatro equipas são os melhores de

todos. Era como se jogavam os Eu-

ropeus de antigamente. Passava-

-se diretamente aos quartos de fi-

nal. Esta Liga das Nações

transformou-se numa fase final de

um Europeu. Imaginem agora que

só passa um, aí passavam dois. É

uma prova muito forte, só os gran-

des se podem candidatar. E nós

assumimos a candidatura», ga-

rantiu Fernando Santos.

Uma equipa com o

melhor do mundo

não pode ser melhor

sem o melhor

FERNANDO SANTOS

Treinador de Portugal

Ronaldo

Início do jogo

Faltou frescura

Controlo do jogo

Não acertámos com

o jogo longo da

Suécia nos primeiros

20 minutos

Faltou frescura para

tirar a bola de um

lado. Mas foi uma

vitória justa

Controlámos mas

com previsibilidade

na movimentação e

imaginação

Bernardo Silva

Deve ser lesão

muscular. Percebeu

logo que tinha de ser

substituído

Portugal única

equipa invencível

Portugal é a única equipa que se mantém

invencível da Liga A — a primeira divisão

da Liga das Nações.

Com o triunfo de ontem frente à Suécia,

depois do que foi alcançado diante da

Croácia, no último sábado, a formação

nacional soma seis vitórias e dois

empates.

Os êxitos também foram conseguidos

ambos em casa com a Itália e Polónia, na

fase de grupos da edição anterior da

prova, Suíça (na meia-final) e Holanda

(na final).

Os empates foram obtidos também com

a Itália e Polónia, nos jogos disputados

naqueles países.

jEm duas edições da competi-

ção, conjunto luso soma seis

triunfos e dois empates

Reencontro

dentro de um mês

Os jogadores da Seleção Nacional voltam

hoje aos seus clubes, mas dentro de um

mês reencontram-se sob as ordens de

Fernando Santos. É que o mês de

outubro encerra mais três compromissos

da equipa das Quinas, embora o primeiro

tenha características de amigável. A

Espanha será o adversário de Portugal,

numa partida de caráter de preparação

agendado para dia 7, no Estádio José de

Alvalade, em Lisboa. Depois, seguem-se

desafios novamente para a Liga das

Nações, frente à França (dia 11, no Estádio

Saint-Denis, em Paris) e perante a

Suécia (dia 14, em Lisboa, novamente no

Estádio José Alvalade).

jOutubro com três compromis-

sos da Seleção Nacional; primei-

ro, com a Espanha, é amigável

Pepe entrou

para o ‘top’ cinco

SOLNA —Pepe somou ontem a 110.ª

internacionalização e entrou para o top

cinco dos jogadores que mais vezes

vestiram a camisola da Seleção Nacional.

O central igualou Fernando Couto na lista

liderada por Cristiano Ronaldo, com 165.

Seguem-se Figo, com 123, João Moutinho

(112) e Nani (110). A noite de Pepe podia ter

sido ainda mais inesquecível se aos 20

minutos tivesse chegado um bocadinho

mais cedo a um cruzamento de Bernardo

Silva naquela que seria a última

intervenção do jogador do Manchester

City no desafio — sentiu uma dor na perna

direita e fez imediatamente sinal de que

não poderia continuar.

jDefesa-central cumpriu a 110.ª

internacionalização e igualou

Fernando Couto