Revista de Vinhos - Edição 370 (2020-10)

(Antfer) #1
PRODUTO

cultivadas segundo dois procedimentos: sacos
sobre mesas ostrícolas e potes. Depois, proce-
de-se à sua depuração em Espanha, com ultra-
violetas e filtros biológicos certificados, onde
ficam 24 ou 48 horas. A produção atinge cerca
de 30 toneladas por ano e destina-se sobre-
tudo ao mercado nacional, já sendo residual a
exportação.
Sendo a água da ria muito rica em matéria
orgânica, base da alimentação fitoplânctica
das ostras, marca o peculiar adocicado destas
ostras no que respeita às caraterísticas organo-
léticas. “Queremos sobretudo atingir qualidade
e não quantidade. Preferimos não ter tanta pro-
dução mas garantir que estão no ponto”, afirma
Sandra. Trata-se de um trabalho manual que
não permite que as ostras se colem também
umas às outras e garante o seu crescimento.
“A giga carateriza-se por ser muito musculada,
macia e com salinidade no ponto, com uma tex-
tura rica e consistente”, explica Sandra.
Inicialmente, o casal produziu bivalves,
durante 15 anos, sobretudo berbigão e amêijoa
em viveiros na Gafanha da Encarnação, apos-
tando neste negócio peculiar mais recente-
mente. Em boa hora, porque foi decorrendo de
vento em popa, apostando há pouco na hote-
laria, com a criação de duas casas-barco na ria
para alojar hóspedes.


Espaço para degustar na paisagem do sapal


Para provar e comprovar as suas caracterís-
ticas, no final da visita há lugar para um menu
de degustação, a maneira ideal de completar o
ciclo do percurso. Em mesas de madeira cor-
ridas, cá fora ou protegidos do vento, podem
saborear-se vários “toppings” e formas de con-
fecionar. O número da calibragem é inversa-
mente proporcional ao tamanho. Ou seja, o 5 é
a maior. As maiores são sempre mais caras, mas
não as melhores. Para aquilatar a sua frescura,
devem antes de mais cheirar a maresia. Para
confirmar que estão vivas, deve-se tocar com
a ponta da faca ou deitar uma gota de limão; se
ela se retrair de imediato é bom sinal.
Devem ser conservadas entre 5 e 15º na zona
dos legumes no frigorífico e de maio a agosto
evitam-se porque estão em reprodução e, por
isso mais, leitosas. Para além do seu sabor a
mar e uma refinada salinidade que, associadas
à textura de veludo fazem desta iguaria uma
sofisticada aposta gastronómica, as ostras têm
outra vantagem. Sendo frescas (ou melhor,
vivas) podem comer-se à vontadinha porque
quase não têm calorias.
São ainda um verdadeiro tesourinho


nutricional, pois têm elevado teor proteico e
elevados níveis de ferro, zinco, cobre, selénio,
iodo, cálcio, vitamina D, vitamina B-12, vita-
mina A e ácidos gordos do tipo Ómega 3, pos-
suindo quantidade comparável à da sardinha
ou salmão, ajudando assim ao bom funciona-
mento dos sistemas imunitário, circulatório
e hormonal. Deixamos aqui três das versões
para experimentar em casa. A simplicidade
natural da ostra apenas servida sobre gelo e
com umas gotas de limão é, na nossa opinião,
a melhor maneira de as saborear. Mas, de vez
em quando, nada como experimentar outros
caminhos lúdicos.

Ostras

Inicialmente, o casal Inicialmente, o casal


produziu bivalves, produziu bivalves,


durante 15 anos, durante 15 anos,


sobretudo berbigão e sobretudo berbigão e


amêijoa em viveiros na amêijoa em viveiros na


Gafanha da Encarnação, Gafanha da Encarnação,


apostando neste apostando neste


negócio peculiar mais negócio peculiar mais


recentemente.recentemente.
OSTRAVEIRO
Canal Principal - frente à antiga Lota / 3800-155 Aveiro
M. 913 453 876 / E. [email protected]

PREPARAÇÃO


  1. Cozinhe as ostras em
    pouca água salgada por 3
    minutos, escorra e reserve
    a água.

  2. Prepare um béchamel até
    atingir roux e use a água das
    ostras.

  3. Numa tigela misture as
    ostras com o béchamel.

  4. Coloque sobre a concha
    as ostras com o molho.

  5. Assente numa assadeira
    e cubra com uma folha de
    papel-alumínio.

  6. Leve ao forno a 200ºC,
    por 3 minutos, e sirva
    imediatamente.


INGREDIENTES

. 4 ostras
grandes
. 40 gr. de
manteiga
. 20 gr. de farinha
de trigo
. 50 gr. de farinha
de rosca
. 1 pitada de noz-
moscada
. Sal e pimenta
branca q.b.


PREPARAÇÃO


  1. Colocar as ostras num
    tacho com uma base de bom
    vinho branco.

  2. Aqueça até produzir vapor.

  3. Deixe as ostras abrir.

  4. Coloque uns pingos de
    mel, duas fatias de gengibre
    e decore com caviar.


INGREDIENTES

. 1 dúzia de ostras
. 1 colher de
sopa de fatias de
gengibre picado
em conserva
. 1 colher de sopa
de mel


MEL, GENGIBRE E CAVIAR

PREPARAÇÃO


  1. Prepare a vinagreta, mistu-
    rando todos os ingredientes
    num recipiente, e mexa.

  2. Coloque as ostras num
    prato e regue-as com a
    vinagreta.

  3. Decore com o cebolinho.


INGREDIENTES

. 50 gr. vinagre
. 150 gr. azeite
. 1 colher de chá
de mostarda
. ½ colher de chá
de sal
. 1 pitada de
pimenta


VINAGRETA

Toppings


para ostras


Ostras à
francesa

114 · Revista de Vinhos ⁄ 370 · setembro 2020

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