Revista de Vinhos - Edição 370 (2020-10)

(Antfer) #1
NOVIDADES

texto e notas de prova António Lopes / fotos D.R.

18
Trabuca Grand
Cuvée 2015
Bairrada / Branco / Trabuca Family
Fine Wines
A bolha é finíssima, no nariz a autólise é
característica, com notas mistas de pão
torrado com manteiga de sal fumado, que
se reflete na boca, mas suportada por uma
acidez firme, untuosidade prazenteira e
mousse refinada. Final infindável que o
coloca entre os grandes espumantes da
região.
Consumo: 2020-2024 / 80,00€ (garrafa
Magnum) / 8ºC

17,5
Trabuca Clássico
Baga 2016
Bairrada / Tinto / Trabuca Family Fine
Wines
Aromas silvestres frutados, musgo, caruma,
ligeiro balsâmico, na boca muita firmeza e
elegância, apesar de alguma estrutura.
Consumo: 2020-2026
45,00€ / 16ºC

17
Trabuca Clássico
Bical 2017
Bairrada / Branco / Trabuca Family
Fine Wines
Nariz vegetal aliado a uma cremosidade
identificável da casta, acidez controlada
e final muito longo, o uso da barrica vem
dar suporte e textura. Apesar de se poder
beber desde já, sente-se o potencial para
envelhecer.
Consumo: 2020-2025
36,00€ / 11ºC

Trabuca,


homenagem à


Bairrada


Trabuca Family Fine Wines


No coração da Anadia, Vale de Boi é uma zona pitoresca, onde sobressai, ladeando
um pequeno largo, uma casa em tijolo de burro tradicional, que se destaca das
demais. Aqui, o enólogo Pedro Guilherme Andrade tem a base da produção própria
de vinhos. Em 2010 entrou no mercado o PGA (iniciais do nome do produtor), pri-
meiro exemplar em nome próprio deste enólogo cuja carreira teve início em 1996, nas
Caves d'Aguiar, em Figueira de Castelo Rodrigo (hoje pertença das Caves Aliança).
Hoje em dia, a par de outras consultorias, é enólogo principal da Cave Central da
Bairrada.
Pedro Guilherme Andrade explora 4 ha. de vinha de seu pai, localizada a não
mais de 20 kms. de distância ao oceano, em solos, na sua maioria, de argila, com um
impacto maior de calcário e alguma pedra rolada, que confere frescura. Para além
da vinha própria, com 20 anos, explora uma vinha na zona de Cadoiços, com 80
anos, e uma terceira, com 10 anos, também ela alugada, onde predominam as castas
Chardonnay, Baga, Bical, Touriga Nacional, Cerceal das Beiras e Arinto.
Os vinhos são elaborados, ainda, numa adega escavada pelo bisavô e recentemente
adaptada, com lagares de pisa a pé com prensa instalada. Este processo, bastante
rudimentar, é feito por gravidade e requer dinâmica assertiva, para se conseguir vini-
ficar da forma mais acutilante possível. O nome Trabuca vem da alcunha ganha pelo
pai aquando criança e que tem passado de pai para filho (agora na terceira geração),
tal como o vinho na família, assumindo-se esta marca como tributo ao pai.

Pedro Guilherme Andrade


142 · Revista de Vinhos ⁄ 370 · setembro 2020 @revistadevinhos

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