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Folha de S. Paulo/Nacional - Poder
terça-feira, 15 de setembro de 2020
Cenário Político-Econômico - Destaques Jornais
Nacionais
Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência da Câmara. Por
ora, o MDB ficou também com a vaga de vice de Covas,
na figura do vereador Ricardo Nunes.
Se o arranjo vingar, o objetivo final é a formação do que
Covas chamou de frente pela democracia, ou seja, uma
aliança contra Bolsonaro. O DEM ficaria com a
candidatura à sucessão estadual de Doria, com o atual
vice de Doria, Rodrigo Garcia.
O governador disse trabalhar para que isso se configure
numa candidatura em 2022, sem naturalmente dizer o
óbvio, que é seu o nome que ele espera ver na urna
eletrônica.
A negociação no PSL avançava até esta segunda,
quando um tuíte de Eduardo Bolsonaro (PSUSP)
criticando um candidato do partido por usar o nome de
seu pai em Boa Vista paralisou as tratativas.
Segundo Russomanno, ainda estão pendentes detalhes
sobre como se dará a participação de Bolsonaro em sua
campanha - ou seja, se haverá um aceno explícito.
Até aqui, o presidente dizia que seria neutro no primeiro
turno dos pleitos municipais.
Nesta segunda, voltou a dizer que vai ficar de fora das
eleições e não quis gravar vídeos para evitar aparecer
como padrinho de algum précandidato, mas fez uma
ressalva em relação a São Paulo.
"Talvez, já que está gravando, talvez a gente converse
sobre São Paulo, viu, ô Foco do Brasil [canal do
YouTube que fazia a filmagem] ", afirmou.
Russomanno se dizpróximo de Bolsonaro. "Eu estou
direto com ele porque sou vice-líder do governo no
Congresso. Ele é meu amigo. Só pela amizade é
evidente que tenho o carinho dele. Essa amizade vai
fazer com que ele esteja comigo na campanha."
Partido que compõe o chamado centrão, o
Republicanos integra a base governista e abriga dois
dos filhos do presidente, o vereador carioca Carlos (ex-
PSC) e o senador fluminense Flávio (ex-PSL).
O partido nasceu em 2005 e é o braço político da Igreja
Universal do Reino de Deus.
Ainda de acordo com Russomanno, as conversas com o
PSDB se encerraram, o que é confirmado por tucanos.
Até o último momento, a ideia era que o Republicanos
fizesse parte da chapa, indicando Russomanno ou outro
nome como vice.
Mas o deputado chegou a lançar sua pré-candidatura
em agosto, estimulado pelo Planalto, o que acabou
fechando portas com os tucanos.
Com isso, cargos da sigla na gestão municipal de Covas
foram desocupados.
O secretário de Habitação da gestão Covas, João
Farias, indicado do Republicanos, deixou o governo e
puxou a fila de saídas voluntárias e exonerações.
Já os cargos do partido no governo Doria devem ser
mantidos. Eles se reuniram na semana passada.
Às vésperas do fim do prazo dado pela Justiça Eleitoral
para as convenções - que acaba nesta quarta, dia do
evento do Republicanos - , essa definição era a única
peça importante que faltava no xadrez eleitoral
paulistano.
A candidatura de Russomanno era vista com ceticismo
entre adversários.
Agora, a legenda trata sua postulação como certa.
"Nossa campanha é forte, sólida. Não tem volta", disse
Marcos Alcântara, presidente municipal do
Republicanos. A vaga de vice deve ser da sigla.
O deputado é visto como a opção mais competitiva para
Bolsonaro em São Paulo. Outros nomes ligados ao
bolsonarismo, como Levy Fidelix, do PRTB do vice-
presidente Hamilton Mourão, e Marcos da Costa, do
PTB de Roberto Jefferson, são considerados de baixa