Clipping Banco Central (2020-09-15)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Poder
terça-feira, 15 de setembro de 2020
Cenário Político-Econômico - Destaques Jornais
Nacionais

O desgaste do presidente no poder reduziu o escopo
bolsonarista dessa fatia de votantes, mas é certo que
quem o deixou não virou petista.


Aliás, não virou adepto do PSOL, para ser mais preciso.
Os primeiros movimentos indicam que Guilherme
Boulos irá repetir o que fez Marcelo Freixo no Rio em
2016 e engolir o espaço do PT. Se terá gás para ir ao
segundo turno, essa é outra questão, mas o caminho é
bem mais acidentado para o petista Jilmar Tatto.


Assim, o campo está aberto. Se ficar na disputa, Joice
já não pode usar a grife que a ajudou a se eleger em



  1. Um séquito de nanicos que se dizem
    bolsonaristas terá de lutar contra sua estatura antes de
    qualquer coisa.


Márcio França (PSB) está tentando operar uma mágica
estranha, de reter o apoio que teve contra D oria na dis
putapara o governo estadual na cidade, quando o
tucano surfou o voto BolsoDoria, ao mesmo tempo que
se apresenta palatável ao bolsonarista que o rejeitou
antes.


Andréa Matarazzo (PSD) fez acenos aos bolsonaristas,
mas de forma contida.


Sobrou então o coringa Russomanno, que é visto como
"cavalo paraguaio" nos meios políticos da capital, ou
seja, aquele que sempre saina frente e perde no final.
Isso é incógnita, mas ele é quem melhor encarna a
figura do candidato de Bolsonaro.


Segundo estrategistas de algumas campanhas, isso não
é necessariamente bom. A melhora da avaliação de
Bolsonaro é geral no país, mas São Paulo sempre foi
um foco de insatisfação mais agudo.


Mas parece certo, hoje, que não há espaço para uma
volta à dicotomia PSDB-PT, que marcou a política
paulista na após o ocaso do malufismo. Há um mercado
de centrodireita a ser explorado.


O papel mais complexo fica para aquele que é apontado
por estrategistas como estruturalmente o favorito nesse


ponto, o atual prefeito, Bruno Covas (PSDB).

Em entrevista concedida domingo (13 ) à Folha, ele não
se mostrou ostensivamente interessado em associar-se
a esse eleitorado.

Parte disso se deve à sua origem na centro-esquerda
partidária, mas também ao fato de que sua candidatura
está inserida no projeto maior de Doria, que é buscar a
Presidência em 2022.

Isso aglutinou PSDB, DEM e MDB, mas também
partidos que são da base bolsonarista - a máxima de
que toda política é local nunca deve ser esquecida.

Russomanno estava nos planos de Covas até o fim, e
podería ter indicado o vice na chapa do tucano. Agora,
colado à figura de Bolsonaro, que estimulou sua
candidatura, traz um indisfarçável sabor de prévia para
o embate de 2022.

Naturalmente, como o próprio prefeito disse, em ultima
instância o eleitor municipal quer saber de buraco de
rua e vaga nas creches.

Mas não é possível ignorar o caráter de uma disputa
que vê a formação da tal frente anti-Bolsonaro de um
lado e o representante do centrão defendendo, quem
diria, o presidente, do outro.

Isso, mais do que qualquer tuíte disfarçando mal a
tática, é o que pode azedar a tentativa de Bolsonaro de
buscar jogar sem se arriscar.

[...] A disputa em SP vê a tal frente anti-Bolsonaro de
um lado e o representante do centrão defendendo o
presidente do outro

Candidatos e pré- candidatos em São Paulo

CONFIRMADOS

Andréa Matarazzo (PSD)

Antônio Carlos Silva (PCO)
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