Clipping Banco Central (2020-09-15)

(Antfer) #1

Evangélicos e oposição veem votos para derrubar veto a dívidas de igrejas


Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Mercado
terça-feira, 15 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 2 - TCU

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Autor: Danielle Brant, Isabella Macedo e Fábio Pupo


Brasília - Representantes da bancada evangélica
começaram nesta segunda-feira (14) ase articular para
tentar derrubar o veto do presidente Jair Bolsonaro (sem
partido) ao dispositivo que anulava dívidas de igrejas
com a Receita Federal, em renúncia que se aproximaria
de R$ 1 bilhão.


Mesmo a oposição admite, nos bastidores, que pode
haver pressão nas bancadas para derrubar o veto. Na
votação da emenda que determinou a anulação das
dívidas, só PSOL e Rede votaram integralmente contra
o texto.


O dispositivo vetado por Bolsonaro foi inserido em um
projeto sobre litígios com a União por emenda
apresentada pelo deputado David Soares (DEM-SP).
Ele é filho de R.R. Soares, fundador da Igreja
Internacional da Graça de Deus, uma das principais
devedoras.


O texto, aprovado p ela Câmara em julho e pelo
Senado, em agosto, altera lei de 1988 que instituiu a
CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido).

O dispositivo vetado excluía templos de qualquer
denominação religiosa da lista de pessoas jurídicas
sobre as quais a contribuição incidia e anulava as
autuações da Receita que descumprissem a premissa.

Ao vetar o item, Bolsonaro argumentou que buscava
evitar incorrer em crime de responsabilidade, em
justificativa alinhada com a interpretação da equipe
econômica.

Se abrisse mão da receita bilionária, o presidente
precisaria apontar uma fonte de financiamento para
compensar a renúncia a esses recursos.

"O crime de responsabilidade é em relação a isso.
Como ele vai aprovar a norma que fere a Lei de
Diretrizes Orçamentárias?", questiona o advogado
Douglas Mota, sócio de direito tributário do escritório
Demarest. "A Constituição prevê imunidade de cobrança
de impostos. A CSLL é uma contribuição. A imunidade
não abrange contribuição."

Apesar da justificativa, Bolsonaro fez questão de acenar
para sua base evangélica. Ele afirmou que, se fosse
deputado ou senador, "por ocasião da análise do veto
que deve ocorrer até outubro, votaria pela derrubada do
mesmo".

Na Câmara, a articulação para a derrubada do veto teve
início nesta segunda. Presidente da frente parlamentar
evangélica, o deputado Silas Câmara (Republicanos-
AM) disse ter recebido com surpresa a notícia do veto.

"Todos os grandes advogados tributaristas do Brasil,
incluindo Ives Gandra Martins, gravaram vídeos e
fizeram matérias afirmando que o projeto não precisava
ser objeto de veto, porque a matéria era plenamente
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