Clipping Banco Central (2020-09-16)

(Antfer) #1
Sem Renda Brasil, governo ainda terá entraves para ampliar o Bolsa
Família

Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Mercado
quarta-feira, 16 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes

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Autor: Thiago Resende e Gustavo Uribe


Brasília - Sem perspectiva de lançamento de um
programa social com a digital do atual governo, o Bolsa
Família deverá ser reforçado para evitar uma queda
brusca na popularidade do presidente Jair Bolsonaro
(sem partido) após o fim do auxílio emergencial.


Após o governo desistir do Renda Brasil, que substituiria
o Bolsa Família, auxiliares de Bolsonaro querem
aumentar a verba disponível para o programa de
transferência de renda, ainda que mantendo o nome
ligado à marca petista.


Apesar do plano, as dificuldades orçamentárias do
governo nessa área tendem a continuar: será
necessário implementar medidas consideradas
impopulares para abrir espaço em caixa e ampliar a
cobertura para famílias carentes.


O ministro Paulo Guedes (Economia), sem apoio do
Planalto, vem sendo fritado e perdendo força no


governo após ver suas idéias serem consideradas
politicamente inviáveis.

Para 2021, o orçamento do Bolsa Família foi ampliado
em relação a anos anteriores, mas ainda é limitado. A
estimativa é que, com R$34,9 bilhões, cerca de 15,2
milhões de famílias sejam atendidas.

A verba, no entanto, não prevê a 13 a parcela prometida
por Bolsonaro na campanha presidencial, nem um
aumento substancial do benefício - na faixa de R$ 192
por mês para cada família, em média.

O plano do Renda Brasil foi abandonado por Bolsonaro
nesta terça-feira (15) após sucessivas discordâncias
sobre como bancar o programa, que trocaria o nome -
Bolsa Família - associado à gestão de Luiz Inácio Lula
da Silva (PT).

O presidente solicitou estudos sobre a viabilidade de
anunciar para o início de 2021 alguma iniciativa na área
social - mais beneficiários ou um valor mensal maior.

Atualmente, há 14,28 milhões de famílias dentro do
programa criado no governo do PT. Cerca de 600 mil
estão na fila de espera e, apesar de receberem o auxílio
emergencial em 2020, segundo o governo, devem ser
inseridas no Bolsa Família no próximo ano.

O auxílio, para contornar os efeitos da Covid-19, foi de
R$ 600 por cinco meses. A medida foi prorrogada até
dezembro, com mais quatro parcelas de R$ 300.

Técnicos na área de assistência social do governo não
conseguem prever os rumos do Bolsa Família porque
ainda não sabem qual será a taxa de pobreza após a
pandemia do coronavírus.

Os dados atuais, argumentam eles, estão distorcidos
por causa do pagamento do auxílio emergencial.
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