Clipping Banco Central (2020-09-16)

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Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Poder
quarta-feira, 16 de setembro de 2020
Cenário Político-Econômico - Destaques Jornais
Nacionais

provas, quando o advogado dele era Frederick Wassef
O julgamento dos recursos contra os despachos
monocráticos de Fischer estava marcado para esta
terça (15), mas foi retirado da pauta. Não há nova data
para análise.


Após a saída de Wassef, Rodrigo Roca assumiu a
defesa do filho do presidente e questionou a
competência de Itabaiana, sem tratar dos elementos
colhidos até aqui. Nada impede, contudo, que isso seja
suscitado se for confirmada a condução das
investigações na segunda instância.


O órgão acusador afirma que o processo deve correr
em primeiro grau pelo fato de Flávio já ter deixado o
cargo de deputado. Mas a Segunda Turma do STF, que
deve analisar o caso, já deu decisão similar ao que
pede o senador.


O colegiado rejeitou o envio à primeira instância de
investigação contra Gleisi Hoffmann (PT-PR) e manteve
o tratamento a ela, mesmo tendo trocado o cargo de
senadora, que ocupava à época do suposto delito, pelo
de deputada.


A diferença é que ambos os mandatos de Gleisi atraem
a competência do STF. No caso de Flávio, ele saiu da
condição de deputado estadual, para a qual a
responsabilidade de julgamento é do TJ-RJ em segunda
instância, e se tornou senador, que fica no Supremo.


O desejo de Flávio é que o STF mantenha o
entendimento da 3ª Câmara do TJ-RJ. Assim, ele
escapa de Itabaiana, que vinha conduzindo o processo
em primeira instância e é considerado um magistrado
da ala "punitivista" da Justiça.


Uma decisão em favor do senador poderia até forçar
uma discussão mais ampla no plenário. A PGR
(Procuradoria Geral da República) já defendeu a
rejeição do recurso da Promotoria e afirmou que deve
haver mudança de entendimento sobre o tema no STF.


A ideia de rediscutir o foro é reforçada por uma ala da
corte que defende a necessidade de preencher lacunas


que restaram da decisão que restringiu o benefício aos
políticos.

Operações policiais no Congresso determinadas por
magistrados de primeiro grau e o debate sobre até que
ponto a apreensão em gabinetes limita o exercício do
mandato já levaram ministros a darem decisões
individuais conflitantes em casos parecidos.

Outro cenário possível também aponta que o STF pode
nem se aprofundar no tema. Não está descartado que o
foro de Flávio seja mantido por um argumento
processual.

Logo após a decisão da 3ª Câmara Criminal, o MP-RJ
entrou no Supremo com uma reclamação, tipo de
processo que só pode ser apresentado quando há
evidente ofensa à jurisprudência do tribunal.

Por se tratar de ação excepcional, os requisitos de
tramitação são mais rígidos. E, como o MP-RJ não
entrou com recurso especial ao STJ nem com recurso
extraordinário ao STF, a reclamação do senador pode
ter perdido o objeto.

A Promotoria até protocolou no TJ-RJ o pedido para
levar a discussão aos tribunais superiores, mas fora do
prazo.

Como consequência da certidão de intempestividade,
em tese o TJ não poderia se debruçar sobre pedido do
órgão acusador para que a decisão seja submetida ao
STJ e ao STF.

Como isso ocorreu há mais de um mês e Gilmar não
declarou a perda de objeto da ação de Flávio, a aposta
é que o ministro deve julgar o tema, mas ainda procura
o momento adequado para levar o caso à Segunda
Turma.

A defesa do senador, inclusive, acredita que tem mais
chances no colegiado do que no plenário do Supremo.

O recurso foi apresentado pelos advogados em 29 de
junho. Não houve sorteio, como ocorre geralmente,
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