Clipping Banco Central (2020-09-16)

(Antfer) #1

Agronegócio e ONGs pedem menos desmatamento


Banco Central do Brasil

O Globo/Nacional - Economia
quarta-feira, 16 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Instituições Financeiras

Clique aqui para abrir a imagem

Autor: GABRIEL SHINOHARA


Representantes do agronegócio e de ONGs enviaram
ontem uma carta conjunta ao governo federal afirmando
que a redução do desmatamento no curto prazo é de
"fundamental importância para o país". Em uma aliança
inédita, as 230 organizações que assinam a carta
também sugerem seis ações para uma "queda rápida"
do desmatamento, principalmente na Amazônia.


O grupo ainda argumenta que a preocupação com o
meio ambiente é crescente e cita várias iniciativas da
sociedade civil contra o desmatamento. Entre os
exemplos citados, estão os movimentos por trás das
cartas de investidores internacionais divulgadas no fim
de junho e, logo depois, a de empresários brasileiros,
que mostravam preocupação com as florestas.


"Essa redução no curto prazo - em alguns meses - é de
fundamental importância para o país. Não somente pelo
avanço das perdas socioambientais envolvidas, mas
também pela ameaça que a destruição florestal na
região impõe às questões econômicas nacionais. Há
uma clara e crescente preocupação de diversos setores


da sociedade nacional e internacional com o avanço do
desmatamento," diz o texto.

A carta é assinada pela Coalizão Brasil Clima, Florestas
e Agricultura que reúne organizações ambientais, como
a WWF Brasil, a Imazon e a Conservação Internacional,
e entidades ligadas ao agronegócio, como a Associação
Brasileira do Agronegócio (Abag), a JBS e a Marfrig.
Outras grandes empresas como Carrefour, Natura,
Cargill e Klabin também assinam a carta.

MELHORAR FISCALIZAÇÃO

As sugestões envolvem melhorar a fiscalização e a
responsabilização pelos crimes ambientais. Um delas
prevê ampliar as ações dos órgãos do governo,
suspendendo os processos de regularização fundiária
com desmatamento registrado desde 2008 até que elas
estejam totalmente recuperadas."Quem desmata em
área não regularizada comete crimes ambientais e não
deve ser beneficiado com a regularização fundiária", diz
a carta.

"Para retomar e intensificar ações de fiscalização é
necessário apoiar e ampliar o uso de inteligência e
expertise do Ibama, ICMBio e Funai, visando à
responsabilização pelos ilícitos ambientais por meio da
punição ágil, ampla e eficiente dos infratores", diz a
carta.

Outras alterações sugeridas são de natureza mais
regulatória, como suspender os registros do Cadastro
Ambiental Rural (CAR) que se sobrepõe a áreas
protegidas, como terras indígenas e unidades de
conservação, A coalização também pede que, em 90
dias, o governo classifique 10 milhões de hectares em
áreas sob pressão de desmatamento como áreas de
proteção e uso sustentável. Além disso, para evitar
financiar áreas com desmatamento ilegal, a coalizão
também sugere que as instituições financeiras levem
em consideração critérios socioambientais no momento
da concessão de crédito rural.
Free download pdf