Clipping Banco Central (2020-09-16)

(Antfer) #1

Cartão vermelho na equipe econômica


Banco Central do Brasil

Correio Braziliense/Nacional - Política
quarta-feira, 16 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes

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Autor: AUGUSTO FERNANDESINGRID
SOARESMARINA BARBOSAVICENTE NUNES


O presidente Jair Bolsonaro perdeu a paciência com a
equipe econômica após ela propor o corte de benefícios
repassados aos brasileiros mais pobres como forma de
viabilizar a criação do novo programa social do governo
federal, o Renda Brasil. Visivelmente irritado, o
presidente declarou que a iniciativa não será mais
discutida até 2022. No momento em que vê a sua
popularidade crescer entre os menos abastados,
Bolsonaro ficou inconformado com uma eventual
fragilização da sua imagem por conta de propostas que
possam diminuir os direitos dos mais humildes e
ameaçou demitir os integrantes do Executivo que
recomendarem propostas que sejam "um devaneio de
alguém que está desconectado com a realidade".


Em vídeo publicado nas suas redes sociais na manhã
de ontem, o presidente disse ser contra o congelamento
de aposentadorias e pensões como alternativa para
abrir espaço no Orçamento ao Renda Brasil. Esse plano


veio à tona por meio do secretário especial de Fazenda,
Waldery Rodrigues, em entrevista ao Portal G1 no
último fim de semana. Bolsonaro não foi avisado
anteriormente sobre essa sugestão e tomou
conhecimento da proposta por intermédio da imprensa.
Irritado, o chefe do Executivo refutou essa ideia e deu
um recado direto a Waldery: "Quem porventura vier a
propor para mim uma medida como essa, eu só posso
dar um cartão vermelho para essa pessoa".

"É gente que não tem o mínimo de coração, o mínimo
de entendimento de como vivem os aposentados no
Brasil. Pode ser que alguém da Economia tenha falado
sobre essas coisas, pode ser. Mas, por parte de
governo, jamais vamos congelar salário de
aposentados, bem como jamais vamos fazer com que
auxílio para idoso e pobre com deficiência seja reduzido
para qualquer coisa que seja", afirmou o presidente.

Bolsonaro garantiu que o governo "jamais tiraria
dinheiro dos pobres para dar aos paupérrimos", e ainda
disparou: "Até 2022, no meu governo, está proibido falar
em Renda Brasil, vamos continuar com o Bolsa Família
e ponto final".

DiscussãoÉ a segunda vez que o mandatário reclama
de forma dura e pública da equipe do ministro da
Economia, Paulo Guedes, sobre a formatação do
Renda Brasil. No fim de agosto, Bolsonaro já havia
ficado contrariado ao saber que Guedes e seus
subordinados pensavam em propor o fim do abono
salarial e do seguro-defeso para bancar o programa.

Ontem, depois de mais um tropeço da sua equipe,
Guedes precisou ir pessoalmente ao Palácio do Planalto
para tentar se justificar ao presidente. O ministro,
contudo, não livrou a pele de Waldery. Após a reunião
com Bolsonaro, ele disse em um evento sobre telefonia
que não iria "tirar dinheiro de pobre" porque "não é
demagogo". Guedes ainda afirmou: "O cartão vermelho
não foi para mim".

"Conversamos sobre tudo após o vídeo. Eu respeito o
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