Clipping Banco Central (2020-09-16)

(Antfer) #1

Bolsonaro 'enterra Renda Brasil e Congresso tenta puxar pauta social


Banco Central do Brasil

O Estado de S. Paulo/Nacional - Economia
quarta-feira, 16 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes

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Autor: Adriana Fernandes Idiana Tomazelli Tânia
Monteiro / Brasília


Após o presidente Jair Bolsonaro enterrar o programa
Renda Brasil até 2022, o Congresso tenta puxar para si
a dianteira no debate da pauta social para ampliar o
Bolsa Família depois do fim do auxílio emergencial aos
vulneráveis criado na pandemia da covid-19.
Parlamentares que já estavam envolvidos na
elaboração de propostas com foco social veem
oportunidade de avançar no reforço do Bolsa Família e
na busca de novas fontes de financiamento.


Assessores do presidente Bolsonaro também avaliam
que o Renda Brasil, programa social que estava sendo
desenhado para substituir o Bolsa Família e ser a marca
social do governo federal, pode "renascer" no
Congresso. A política tem o apoio de parlamentares
aliados do governo, que veem na ampliação dos
benefícios um bilhete de passagem para a reeleição em
dois anos.


O Planalto já tinha colocado a discussão do Renda
Brasil em ritmo mais lento após decidir pela prorrogação


do auxílio emergencial até dezembro. Com a decisão de
ontem, o governo entende que ganha tempo para um
programa que é visto, inclusive, como um puxador de
votos para o presidente e todos que o apoiam. Em
conversas reservadas, lideranças do governo avisam
que o Renda Brasil não está descartado.

Em vídeo ontem, Bolsonaro sepultou mais uma
proposta da equipe do ministro da Economia, Paulo
Guedes, para tirar o Renda Brasil do papel: desta vez, a
de congelar aposentado- rias e reduzir a potência de
outros benefícios sociais. Ao final, o presidente colocou
uma basta à discussão do programa até o fim do seu
mandato e repetiu que não ia "tirar nada dos pobres
para dar aos paupérrimos". Com seu discurso duro,
Bolsonaro tentou encerrar as especulações, ignorando
eventuais repercussões negativas no mercado do pito
na equipe de Guedes.

Em reunião no Planalto com Guedes no início da tarde,
o presidente reiterou que não admitia cortar nada de
aposentados. Segundo Bolsonaro, a necessidade de
manter o teto de gastos (que limita o avanço das
despesas à inflação) diante das novas despesas teria
de passar por outros caminhos e que a equipe
economia teria de encontrar meios e ser "criativa", mas
sem prejudicar os menos favorecidos.

Paciência. O presidente perdeu a paciência e explodiu
ao ver as manchetes com a proposta de congelar as
aposentadorias e pensões. O secretário especial de
Fazenda, Waldery Rodrigues, que falou em entrevista
ao G1 da medida do congelamento pode perder o
cargo. Se isso se confirmar, será o terceiro auxiliar de
Guedes a perder o cargo por atritos diretos com o
presidente, depois de Joaquim Levy, no BNDES, e
Marcos Cintra, na Receita Federal. Guedes não o
defendeu publicamente, assim como não fez com os
dois primeiros. Para auxiliares do ministro, faltou
sensibilidade política a Waldery. A ordem agora é
suspender as entrevistas.

Com a interdição do debate por Bolsonaro,
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