Clipping Banco Central (2020-09-16)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

O Estado de S. Paulo/Nacional - Economia
quarta-feira, 16 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes

parlamentares avaliam que é possível retomar o PL
6072 e os outros projetos de lei de ampliação do Bolsa
Família já em tramitação no Congresso, conduzindo a
discussão sobre a ampliação das linhas de pobreza e
extrema pobreza (hoje, em R$ 178 e R$ 89 por pessoa,
respectivamente), o que na prática tornaria um maior
número de famílias elegíveis ao programa. Uma
comissão especial já foi criada para debater o tema.


O projeto contém regras para reajustes periódicos das
linhas de entrada no Bolsa Família e dos valores do
benefício, evitando que a pobreza seja achatada de
forma fictícia - isto é, quando o governo deixa de
atualizar a linha de pobreza e, consequentemente,
menos pessoas ficam abaixo dela.


O projeto em tramitação no Congresso prevê a
atualização dessas portas de entrada para R$ 250,
como linha de pobreza, e R$ 100 por pessoa, como
linha de extrema pobreza. Isso levaria a uma inclusão
de 3 milhões de famílias no programa. Segundo o
deputado Felipe Rigoni (PSB-ES), um dos autores da
proposta, o custo seria de R$ 10 bilhões a mais que o
custo atual do programa.


Para a deputada Tabata Amaral (PDT-SP), também
autora do projeto, a discussão da renda básica deve
continuar independentemente da "suspensão"
determinada por Bolsonaro. Segundo ela, o PL 6072
reajusta os valores do benefício do Bolsa Família,
adiciona um benefício para a primeira infância e atualiza
as definições de pobreza e extrema pobreza para algo
mais próximo dos parâmetros internacionais. /
COLABORARAM EMILLY BENHKE JUSSARA
SOARES


Sem lógica


A senadora Simone Tebet (MDBMS) disse que não não
há lógica em querer melhorar o Bolsa Família mexendo
na classe D quando se tem alternativas para mexer nas
classes A e B.




ANÁLISE. Adriana Fernandes

Governo está perdido sobre o que fazer depois do fim
do auxílio

O papel de defensor dos "pobres e paupérrimos"
encarnado pelo presidente Jair Bolsonaro serve para
aumentar apoiadores, mas revela que o governo ainda
está muito perdido sobre o que fazer no "dia depois" do
fim do auxílio emergencial dado à população vulnerável
durante a pandemia da covid-19.

O relógio está correndo contra o presidente e sua
equipe. E não apenas para a equipe econômica do
ministro Paulo Guedes, mas para todo o governo
federal e também os seus líderes no Congresso.

Afinal, o presidente e a ala política do governo
colocaram "olho gordo" no potencial do auxílio para
aumentar a popularidade do presidente em meio às
críticas por causa da atuação do governo federal no
combate à pandemia.

Cobraram a elaboração de um "programa social" novo
rápido e mais encorpado do que o Bolsa Família, sem
se dar conta de que esse Renda Brasil sonhado não
cabe no Orçamento e na regra do teto de gasto - que
todos eles assumiram em manter.

Passados tantos meses de discussão do ajuste fiscal,
não dá para dizer que o presidente e os seus fiéis
ministros palacianos não sabiam até o dia de hoje do
que se tratava a "desindexação" do Orçamento.
Sabiam.

Essa palavrinha foi dita pelo ministro Guedes desde o
primeiro dia de governo e também na transição no que
ele apelidou de "DDD" - desvinculação, desindexação e
desobrigação - e repetida por ministros e líderes.

O governo não quer mexer em outras despesas
ineficientes e, ao contrário, continua trabalhando para
manter os privilégios dos "amigos" do presidente, como
se viu no episódio do perdão das multas das igrejas.
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