Clipping Banco Central (2020-09-17)

(Antfer) #1

Aloysio Faria deixa legado de seriedade e confiança no país


Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Mercado
quinta-feira, 17 de setembro de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Autor: Luiz Carlos Trabuco Cappi


Um empreendedor de múltiplos talentos, cuja face mais
conhecida é a de modernizador do sistema financeiro
nacional, nos deixa com o falecimento de Aloysio de
Andrade Faria.


O "banqueiro invisível", como o definiu o ex-ministro
Delfim Netto, cumpriu uma trajetória de quase cem
anos, que seria completada em novembro, com extrema
discrição na vida pessoal e impressionante presença no
ambiente empresarial brasileiro. Um homem singular - e
admirado por sua retidão, seriedade e confiança no
Brasil.


A partir do Banco da Lavoura, fundado por sua família,
construiu a partir da década de 1950 o Banco Real,
acelerador da transformação do sistema financeiro
nacional. Nele, introduziu métodos inéditos de gestão de
pessoas por meio do estímulo à formação das carreiras.
Fez a diferença, para o grande público, com a criação
de produtos financeiros inovadores, como o cheque
especial sem cobrança de juros durante parte do mês.


Homem de visão global, levou o Real a ser a primeira
instituição financeira brasileira a ter sede em Nova York,
na 5ª Avenida. Anos depois, criou o Banco Alfa, ao qual
se dedicou até o último dia de sua vida.

Faria criou um dístico, multiplicado na forma de um
permanente incentivo a seus colaboradores, que nos faz
refletir positivamente: "Ordem sem progresso é inútil,
progresso sem ordem é falso".

Uma frase que resume o ímpeto empreendedor, da
busca permanente pelo crescimento econômico a partir
de idéias inovadoras. Nunca a acomodação. Sempre a
iniciativa.

Essa filosofia de vida lhe gerou riquezas, resultou em
milhares de empregos e oportunidades profissionais ao
longo dos anos e converteu-se em legado na forma de
empresas sólidas, lucrativas e que permanecerão como
fontes de investimentos e crescimento econômico para
o Brasil.

Sobressai, a partir de agora, sua crença de que este é
um país que abre oportunidades a todos os que
desejam trabalhar, investir ou correr atrás do seu sonho.
Em sua trajetória, provou estar certo nesse voto de
confiança.

Além de banqueiro sofisticado, foi também um pioneiro
em diferentes campos da atividade econômica.

Criou o primeiro resort do Brasil, o Transamérica na ilha
de Comandatuba, na Bahia, base para o
desenvolvimento da rede de hotéis Transamérica.
Estabeleceu, entre outras marcas, a casa de materiais
de construção C&C, a fabricante de água mineral Águas
da Prata, a produtora de óleo de palma Agropaima e,
porque gostava muito de sorvetes, a rede de sorveterias
LaBasque.

Amante das artes, colaborou com os museus de arte
moderna de São Paulo e Belo Horizonte, sua cidade
natal.
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