Clipping Banco Central (2020-09-17)

(Antfer) #1

Banco Central vê pressão inflacionária e suspende ciclo de cortes da Selic


Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Mercado
quinta-feira, 17 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

Clique aqui para abrir a imagem

Autor: Larissa Garcia


brasília Conforme sinalizado ao mercado na reunião
anterior, o Copom (Comitê de Política Monetária) , do
Banco Central, decidiu manter a taxa básica de juros
(Selic) a 2% ao ano nesta quarta (16).


Pela primeira vez desde a chegada do vírus ao país, o
colegiado considerou que a inflação deve se elevar a
curto prazo. "Contribuem para esse movimento a alta
temporária nos preços dos alimentos e a normalização
parcial do preço de alguns serviços em um contexto de
recuperação dos índices de mobilidade e do nível de
atividade", justificou.


"As diversas medidas de inflação subjacente
permanecem abaixo dos níveis compatíveis com o
cumprimento da meta para a inflação no horizonte
relevante para a política monetária", contrapôs.


O Copom destacou, na decisão, que permanecem
fatores de risco para a inflação em duas direções. A


queda da atividade econômica puxa a inflação para
baixo, principalmente com maior tombo no setor de
serviços.

"Esse risco se intensifica caso uma reversão mais lenta
dos efeitos da pandemia prolongue o ambiente de
elevada incerteza e de aumento da poupança
precaucional."

Entretanto, políticas fiscais de enfrentamento à Covid-19
e possível frustração na continuidade das reformas
podem elevar o risco e empurrar a inflação para cima.

"Políticas fiscais de resposta à pandemia que piorem a
trajetória fiscal do país de forma prolongada, ou
frustrações em relação à continuidade das reformas,
podem elevar os prêmios de risco."

O BC citou ainda uma "assimetria ao balanço de riscos"
ocasionada por programas de crédito e de
recomposição de renda, implementados no combate à
pandemia, que podem gerar inflação.

"[Os programas] Podem fazer com que a redução da
demanda agregada seja menor do que a estimada.
Esse conjunto de fatores implica, potencialmente, uma
trajetória para a inflação acima do projetado no
horizonte relevante para a política monetária", explicou.

Nos últimos dias, o risco inflacionário voltou a ganhar
atenção após o governo zerar, o imposto de importação
do arroz para ajudar a reduzir apressão do alimento no
índice de preços.

Para o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore
Sanchez, o BC frisou que se trata de uma elevação
temporária nos preços e, por isso, não deve mudar os
rumos da política monetária.

"É um cenário transitório e em um setor [alimentos]
pouco sensível à política monetária. Por mais que se
Free download pdf