Clipping Banco Central (2020-09-17)

(Antfer) #1

Fed sinaliza juro zero até 2023 e favorece cenário de emergentes


Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Mercado
quinta-feira, 17 de setembro de 2020
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Autor: Eduardo Cucolo


são paulo A decisão do Fed (banco central dos
Estados Unidos) desta quarta-feira (16) de manter a
taxa de juros perto de zero e sinalizar que ela não
subirá até 2023 contribui para um ambiente
relativamente mais favorável para economias
emergentes.


No caso brasileiro, no entanto, há risco de que
problemas internos façam com que o país não possa
desfrutar plenamente desse cenário positivo.


Novas estimativas dos membros do comitê de política
monetária do banco (Fome, na sigla em inglês)
mostraram que a inflação nos EUA não vai superar 2%
nos próximos três anos. O Fed disse também que não
subirá os juros até que a inflação esteja a caminho de
"superar moderadamente" essa meta "por algum
tempo".


Com isso, as estimativas do mercado são que a taxa
norte-americana só comece a subir em 2024 ou 2025.


A mudança na orientação faz parte da alteração de
política monetária do Fed anunciada no mês passado e
que busca compensar anos de inflação fraca e permitir
que a economia continue criando empregos por quanto
tempo for possível.

No comunicado da sua decisão de manter em 2% ao
ano a taxa básica de juros brasileira (leia ao lado), o
Copom (Comitê de Política Monetária) afirmou ver um
"ambiente relativamente mais favorável para economias
emergentes", embora haja bastante incerteza sobre a
evolução desse cenário, frente a uma possível redução
dos estímulos governamentais e à própria evolução da
pandemia.

"É isso que o Copom pontuou, que, apesar da incerteza
da pandemia e do rumo da economia global, o cenário
está mais favorável para os emergentes. O problema é
que, aqui no Brasil, sempre que o cenário lá fora fica
favorável, cria-se a tentação de fazer bobagem", afirma
Carlos Kawall, diretor do Asa Investments e ex-
secretário do Tesouro Nacional.

"Em vez de agente aproveitar o cenário internacional
favorável, o juro baixo, a liquidez para ir pelo caminho
certo, começa a vir a tentação do populismo, de mexer
com o arcabouço fiscal. Às vezes esse tipo de benesse
acaba atrapalhando", avalia.

Segundo Kawall, se houvesse uma situação externa
desfavorável, o país não estaria discutindo uma ruptura
do teto de gastos, por exemplo.

"Isso tudo é um pouco subproduto desse ambiente de
extraordinária liquidez e juro baixo. Infelizmente o Brasil
não aprende", afirma.

Em seu comunicado, o Copom diz que "políticas fiscais
de resposta à pandemia que piorem a trajetória fiscal do
país de forma prolongada, ou frustrações em relação à
continuidade das reformas, podem elevar os prêmios de
risco".
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