Clipping Banco Central (2020-09-17)

(Antfer) #1

Demitido por uso de avião da FAB ganha cargo no governo


Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Poder
quinta-feira, 17 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Davos

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Autor: Daniel Carvalho


Demitido do posto de secretário-executivo da Casa Civil
do governo de Jair Bolsonaro em janeiro deste ano após
usar um jato da FAB (Força Aérea Brasileira) para uma
viagem exclusiva para a índia, José Vicente Santini
ganhou um cargo no Ministério do Meio Ambiente.


Com um salário de R$ 13.623,39, Santini será assessor
especial do ministro Ricardo Salles. A portaria com a
nomeação foi publicada no Diário Oficial da União desta
quarta-feira (16).


Santini foi demitido por ter utilizado uma aeronave oficial
com apenas três passageiros (ele e duas assessoras)
para voar de Davos (Suíça), onde participava do Fórum
Econômico Mundial, para a índia, onde Bolsonaro
cumpria agenda oficial. O secretário-executivo
representava na ocasião o então titular da Casa Civil,
Onyx Lorenzoni, que estava em férias.


Em um primeiro momento, ao dizer que Santini deixaria
o cargo de secretário-executivo da Casa Civil,
Bolsonaro não excluiu a possibilidade de ele ocupar


outras funções no governo federal.

À época, Bolsonaro classificou o episódio como
"inadmissível", mas disse que o uso da aeronave não é
"ilegal" mas "completamente imoral".

Santini, que é amigo da família Bolsonaro e chegou ao
governo com respaldo dos filhos do presidente, ganhou
um outro cargo no Planalto um dia depois, sendo
nomeado assessor especial da Secretaria Especial de
Relacionamento Externo da Casa Civil. O salário desta
função era de R$ 16.944,90 mensais, cerca de R$ 300
amenos que o anterior que ele ocupava.

Diante da repercussão negativa da nomeação,
Bolsonaro afirmou nas redes sociais que iria tornar sem
efeito a nova contratação de Santini - que agora, oito
meses depois, ganha um novo cargo no governo
federal.

Santini é formado em direito pela Universidade Católica
de Brasília e tem mestrado e doutorado pela UniCeuB.
Antes de chegar à Casa Civil, ele assumiu a Subchefia
de Acompanhamento e Monitoramento, onde
acompanhou casos como o desastre de Brumadinho
(MG).

Ele chegou ao governo com respaldo da família
Bolsonaro por ter amizade desde a infância com os
filhos do presidente. Assumiu o cargo de secretário-
executivo quando o antigo ocupante do posto, Abraham
Weintraub, foi indicado para ser ministro da Educação,
em abril de 2019.

Santini conheceu a família Bolsonaro dos círculos de
militares por ser filho de general do Exército.

Desde que entrou para o governo, costumava fazer
publicações em redes sociais com filhos do presidente,
como o deputado federal Eduardo (PSDSP) e o senador
Flávio (Republicano s-RJ), além de trocarem
mensagens em tom elogioso um ao outro.
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