URBANIZAÇÃO PARA REDUZIR DESIGUALDADES, UM DESAFIO
AOS CANDIDATOS
Banco Central do Brasil
O Globo/Nacional - Rio
quinta-feira, 17 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 2 - Gestão Pública
Clique aqui para abrir a imagem
Autor: PEDRO ZUAZO E RODRIGO DE SOUZA
Uma gestão eficiente e a adoção de políticas públicas
de mobilidade, saúde e habitação que reduzam as
desigualdades na cidade. Na opinião de especialistas,
estes são os caminhos para construção de um Rio mais
integrado e democrático.
As mudanças, contudo, passam não só pela
transformação urbana, mas pela maior participação da
sociedade, mostrou o debate virtual realizado ontem na
"Semana Rio 2020 - Um seminário Reage, Rio!". O
tema foi "Urbanidade - A busca por sustentabilidade,
mobilidade, saneamento, saúde e habitação".
O evento é uma realização do GLOBO, do Extra, do
Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets) e do
Movimento Rio 2020, com o apoio da Fecomércio RJ.
Participaram do encontro o economista Cláudio
Frischtak, coordenador do Movimento Rio 2020;
Clarisse Cunha Linke, diretora do Instituto de Políticas
de Transporte e Desenvolvimento (ITDP); o arquiteto e
urbanista Humberto Kzure-Cerquera; Maína Celidonio,
economista e professora da PUC-Rio; Miguel Lago,
diretor do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde
(Ieps); o economista Sérgio Besserman e o arquiteto e
urbanista Washington Fajardo. A mediação foi de
Gabriela Goulart, editora do GLOBO.
Ao fim das discussões que seguem até amanhã com
assuntos urgentes para a cidade - as principais
propostas serão enviada aos candidatos à prefeitura do
Rio.
Na avaliação de Frischtak, para que o Rio funcione
tanto no âmbito dos serviços quanto dos espaços
públicos, é preciso construir uma cidade integrada e
conectada. E escolher um governo que mire no bem-
estar da população.
Na pandemia, estamos vendo como a conexão faz falta.
Precisamos de uma cidade com uma grande plataforma
de inovação social - diz Frischtak.
CONSTRUÇÃO
O arquiteto Humberto Kzure Cerquera destaca a
urbanização das favelas como um dos desafios mais
urgentes do Rio. Paraele, uma cidade mais justa deverá
dar maior valor à cultura, não apenas no sentido
artístico, mas na promoção da cidadania e da
integração da sociedade ao debate público: -
Precisamos rever a maneira como a cidade deve ser
construída, tanto do ponto de vista físico e espacial,
quanto do social e cultural.
Para o urbanista Washington Fajardo, a pandemia
gerou uma rede de mobilização significativa na cidade,
principalmente nas favelas e regiões periféricas, que
criaram soluções criativas e inspirado- ras para a
gestão pública. Como exemplos, ele cita as Mães da
Favela, da Central Única das Favelas (Cufa), a Redes
da Maré e o Gabinete de Crise do Morro do Alemão: - E
importante que os governos possam ficar abertos a
essas inovações.