Clipping Banco Central (2020-09-17)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

O Globo/Nacional - Rio
quinta-feira, 17 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 2 - Gestão Pública

No contexto das comunidades, o saneamento é um
problema crucial. Frischtak destaca que quase 100
milhões de brasileiros não têm esgotamento: - Teremos
um marco importante que vai transformar esse setor,
que é a desestatização da Cedae. E preciso garantir
que nos próximos anos haverá efetiva universalização
de acesso a água e esgoto tratado.


Nesse monitoramento das políticas públicas, o papel da
população é fundamental, diz Fajardo. Ele lembra a
iniciativa Rio Como Vamos, criada em 2007, que
analisava os dados oficiais para cobrar a melhora dos
indicadores.


Essa cobrança deve se basear na defesa do Plano
Diretor do Rio, que estabelece orientações para o
desenvolvimento da cidade. Mas ele foi abandonado.
Hoje, temos uma cidade que se desenvolve na Zona
Oeste, onde os serviços e as políticas públicas não
chegam. Não é à toa a atuação forte das milícias nessa
região.


Já o economista Sérgio Besserman destaca a questão
ambiental da Zona Oeste, já que fica ali a única área
ainda não construída do Rio, que vai da Grota Funda ao
Pingo dAgua. E também na região que está localizada a
Floresta do Camboatá, em Deodoro, onde a prefeitura
pretende construir um autódromo.


Aquela floresta está a 15 minutos de Realengo, podia
ser um centro de lazer e de geração de emprego.


MOBILIDADE


Outro ponto importante na discussão sobre urbanidade
do Rio é a mobilidade. Clarisse Cunha Linke, do ITDP,
apresentou dados que dão a dimensão da crise do
setor. O tempo médio de deslocamento diário no Rio é
de 48 minutos no trajeto casa-trabalho, e 81% da
população da Região Metropolitana estão a mais de 15
minutos de caminhada de uma estação de transporte.


Temos uma cidade extremamente desigual do ponto de
vista territorial comenta ela.


Para que a oferta do serviço seja mais democrática,
Clarisse diz que é imprescindível que o sistema de
transporte funcione a pleno vapor. E para isso, defende
ela, é necessário rever os modelos de financiamento,
com contratos de vigência mais curta, que concedam
menos poder às empresas operadoras. A especialista
também sugere uma maior integração entre os meios de
transporte, com revisão tarifária, e a expansão da rede
de ciclovias, com garantia de segurança para o usuário:


  • A redução do limite de velocidade para carros seria
    uma maneira de garantir a circulação segura pela
    cidade.


Maína Celidonio, da PUCRio, concorda que a
concentração do poder de gestão nas mãos das
concessionárias é um grave problema: - As empresas
operam as linhas, os pontos de ônibus e o sistema de
bilhetagem. E preciso ter maior poder de gestão ao
poder público - diz ela, que também prega a
transparência, sobretudo na cobrança da tarifa, e maior
compromisso com a previsibilidade, organizando melhor
as linhas e ficando menos sujeitos a imprevistos de
horário.

Intrinsecamente ligada às questões de saneamento,
mobilidade e habitação, a saúde foi outro destaque do
debate. Miguel Lago, do Ieps, lembrou que, apesar de
rica, a cidade do Rio é subdesenvolvida, motivo pelo
qual tem surtos constantes de dengue e incidência de
tuberculose três vezes maior do que a média nacional.

Temos uma quantidade enorme de hospitais federais,
estaduais e municipais, mas a rede é totalmente
desarticulada, não funciona de forma integrada.

Outra preocupação de Lago é a obesidade infantil, cujos
índices no Rio também superam os nacionais. Por isso,
ele propõe a proibição de alimentos ultraprocessados na
merenda escolar e o incentivo à amamentação. (*)
Estagiário, sob supervisão de Ana Perrone

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 2 -
Gestão Pública
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