Clipping Banco Central (2020-09-17)

(Antfer) #1

Argentina aumenta restrições para compra de dólares


Banco Central do Brasil

O Globo/Nacional - Economia
quinta-feira, 17 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

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O governo do presidente argentino, Alberto Femández,
aumentou as restrições para compra de dólares no
mercado oficial, medida que já era esperada pelo
mercado e pela população. Em paralelo, porém, altos
funcionários do governo adotaram um discurso de
criminalização dos que compram dólares no mercado
paralelo.


Até a última terça-feira, existia uma limitação de compra
mensal no mercado oficial de US$ 200 por pessoa,
pagando um tributo de 30% sobre a operação. A partir
desta quarta-feira, além dos 30% de tributo, o governo
vai reter outros 35% que podem ser debitados do
Imposto de Renda, do Imposto sobre Patrimônio, e no
caso de quem não paga nenhum dos dois pode ser
reembolsado no final do ano.


Ontem, o dólar oficial se manteve estável, e o paralelo
subiu de 131 para 145 pesos.


A medida vale, também, para quem fizer pagamentos
em moeda estrangeira com cartão de crédito, no
exterior.


Além da publicação das novas regras no Boletim Oficial
(o Diário Oficial argentino), funcionários do governo
Fernández adotaram um discurso radical sobre
compradores de dólares no mercado paralelo.

Num país que desde a década de 1970 acumula crises
cambiais, hiperinflações e recessões, poupar em
dólares tornou-se hábito nacional. Com as limitações no
mercado oficial, muitos argentinos optaram por adquirir
dólares no paralelo, comprando o chamado dólar blue.


  • (O paralelo) é um mercado relacionado ao delito.
    Quando foram feitas inspeções em casas de câmbio
    que realizam este tipo de operações, quando cruzamos
    dados, encontramos narcotraficantes, traficantes de
    armas, qualquer coisa. É um mercado que fornece ao
    delito e é impossível saber qual é o tipo de câmbio que
    o delito está disposto a pagar - disse o presidente do
    Banco Central, Miguel Ángel Pesce.


ESCASSEZ DE DIVISA

O que Pesce não mencionou é que muitos argentinos
que compram no mercado paralelo são cidadãos
comuns, que preferem poupar em dólares pelo histórico
do país em matéria de mercado cambial.

As chamadas cuevas (cavernas) estão espalhadas
pelas principais cidades argentinas, funcionando em
lojas de todo tipo e até mesmo em bancas de jornal do
centro de Buenos Aires.

Analistas temem que, diante das novas restrições, haja
uma corrida às casas de câmbio paralelas nos próximos
dias.

Segundo estimativas, os argentinos que compram
regularmente dólares somam cerca de 4 milhões de
pessoas, de uma população total de 41 milhões de
habitantes, ou seja, 10% da população.


  • Os objetivos da medida são variados, em princípio
    tentar normalizar o mercado cambial, que está sofrendo

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