Clipping Banco Central (2020-09-17)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

O Globo/Nacional - País
quinta-feira, 17 de setembro de 2020
Cenário Político-Econômico - Destaques Jornais
Nacionais

poderão formar coligações para a disputa de vereador.
Por causa disso, os candidaturas próprias a prefeito são
vistos como uma forma de puxar votos para a chapa
proporcional.


Tem a combinação da proibição da coligação com a
cláusula de desempenho para acesso a recursos
públicos. Tradicionalmente, os partidos consideram as
eleições municipais como um ponto importante para as
próximas eleições gerais. Então, eleger uma boa
quantidade de prefeitos e vereadores é uma forma de
preparação para 2022, quando a cláusula de barreira
será ainda maior do que foi em 2018 - analisa a cientista
política Lara Mesquita, pesquisadora da FGV.


Nas três cidades do Nordeste no grupo das maiores
capitais - Salvador, Fortaleza e Recife - , o crescimento
do número de candidatos também ocorreu, mas num
patamar menor. Na capital baiana, o total de postulantes
passou de sete para oito, número que não era
alcançado desde 2004. Na capital do Ceará, o aumento
foi de oito para dez, em comparação com 2016. E, na
capital de Pernambuco, de oito para nove. Em Fortaleza
e Recife, o número de postulantes registrados agora é
recorde desde a redemocratização.


Em Campo Grande, a única das maiores capitais do
país a não ter aumento de candidaturas, a quantidade
de postulantes já havia sido alta na eleição de 2016,
com 15 nomes. Agora serão 14.


A cláusula de barreira começou a ser implantada na
eleição de 2018. Desde então, só tem direito ao fundo
partidário e ao tempo de propaganda o partido que tiver
recebido ao menos 1,5% dos votos válidos na disputa
para a Câmara dos Deputados, distribuídos em pelo
menos nove unidades da Federação. Em 2022, esse
índice subirá para 2%.


Os partidos precisam começar a preparar o terreno -
acrescenta Lara.


A cientista política diz que o aumento era previsto pelos
pesquisadores, mas a pandemia do coronavírus fez com
que as projeções iniciais fossem colocadas em dúvida.


Lara acredita que a redução de candidaturas provocada
pela doença deve ser maior na disputa para vereador.

"EFEITO PARADOXAL"

Para o cientista político Emerson Cervi, da Universidade
Federal do Paraná (UFPR) , o aumento das
candidaturas para prefeito é efeito do fim das coligações
proporcionais, o que fez mais partidos lançarem
concorrentes ao Executivo para darem visibilidade aos
candidatos às Câmaras de Vereadores. Na sua
avaliação, isso não significa, porém, que todas as
candidaturas serão viáveis, e as votações devem
continuar concentradas entre poucos concorrentes: - O
efeito é paradoxal. Teremos aumento de candidatos a
prefeito, mas não devemos atingir o limite de
candidaturas a vereador. Dada a proibição de coligação,
a nova estratégia é ocupar espaço majoritário. Se vai
dar certo, é outra coisa. O fato é que os partidos não
estão conseguindo atrair candidatos a vereador e mal
conseguem chegar ao número equivalente às vagas nas
câmaras, porque houve um aumento significativo da
demanda por candidatos de uma hora para outra, em
um cenário em que já havia crescimento do total de
candidatos nos últimos anos.

"Para os partidos , a eleição municipal é importante para
a eleição geral"

Lara Mesquita, cientista política e pesquisadora da FGV

"Dada a proibição de coligação , a nova estratégia é
ocupar espaço majoritário

Emerson Cervi, cientista político da Universidade
Federal do Paraná

Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-
Econômico - Destaques Jornais Nacionais
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