Clipping Banco Central (2020-09-17)

(Antfer) #1

Europa ameaça rejeitar os produtos brasileiros


Banco Central do Brasil

Correio Braziliense/Nacional - Brasil
quinta-feira, 17 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes

Clique aqui para abrir a imagem

Autor: Edis Henrique PeresNatália Bosco


O vice-presidente Hamilton Mourão e ministros
receberam uma carta aberta da Parceria das
Declarações de Amsterdã -- grupo formado por
Alemanha, Dinamarca, Itália, Holanda, França, Reino
Unido e Noruega, além da Bélgica, que subscreveu o
documento -- ameaçando abandonar os produtos
brasileiros devido ao descompromisso do governo
Bolsonaro com a questão ambiental, e diante da
passividade com as queimadas na Amazônia e no
Pantanal. O grupo de países disse estar comprometido
em consumir "alimentos ambientalmente adequados" e,
por isso, o aumento do desmatamento dificulta o
comércio com o Brasil. Mourão preside o Conselho da
Amazônia cuja função é coordenar ações e políticas
para proteção, preservação e desenvolvimento da
região


"Nos últimos anos, o desflorestamento aumentou em
taxas alarmantes, recentemente documentadas pelo
Inpe. Sem dúvida, isso confirma a importância
fundamental de garantir que os órgãos governamentais
nacionais possuam a capacidade adequada para


monitorar essas tendências e aplicar as devidas leis.
(...) Os países que se reúnem através da Parceria das
Declarações de Amsterdã compartilham da
preocupação crescente demonstrada pelos
consumidores, empresas, investidores e pela sociedade
civil europeia sobre as atuais taxas de desflorestamento
no Brasil. Na Europa, há um interesse legítimo no
sentido de que os produtos e alimentos sejam
produzidos de forma justa, ambientalmente adequada e
sustentável. Como resposta a isso, agentes comerciais,
como fornecedores, negociantes e investidores, vêm
refletindo cada vez mais esse interesse em suas
estratégias corporativas", salienta um trecho do
documento.

Além de Mourão, cópias da carta também foram
destinadas aos ministros Paulo Guedes (Economia),
Tereza Cristina (Agricultura), Fernando Azevedo
(Defesa), Ricardo Salles (Meio Ambiente), e ao
presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai),
Marcelo Xavier. Esta não é a primeira comunicação
enviada a Mourão com teor semelhante: em junho, ele
recebeu outra, de investidores estrangeiros, que
alertavam os efeitos negativos do desmatamento no
país.

O grupo ainda enfatiza que está disposto a abrir canais
de diálogo com agentes dos mercados de commodities,
entre eles produtores, negociantes e importadores,
assim como legisladores, povos indígenas e cientistas.
"Isso também contribuirá para o estabelecimento de um
setor agrícola próspero e saudável", apontou.

O documento é divulgado em um momento em que a
política ambiental brasileira ameaça a viabilidade do
acordo comercial da União Europeia com o Mercosul.
As autoridades europeias acreditam que o pacto não
conseguirá superar os trâmites burocráticos necessários
se não houver um compromisso do Palácio do Planalto
com a contenção do desmatamento na Amazônia.

Danilo Porfírio, doutor em ciências sociais e professor
de direito e relações internacionais do UniCEUB, disse
Free download pdf