Clipping Banco Central (2020-09-17)

(Antfer) #1

Cédula pode cair em desuso com PIX


Banco Central do Brasil

Correio Braziliense/Nacional - Economia
quinta-feira, 17 de setembro de 2020
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Autor: Israel Medeiros*


Na China, os pagamentos são feitos quase
integralmente utilizando o smartphone ou o
reconhecimento facial. O Brasil pode estar próximo de
uma realidade semelhante, uma vez que o Banco
Central tem trabalhado para implementar o PIX -- nova
modalidade que permite fazer transações instantâneas
em qualquer horário ou dia da semana -- e o Open
Banking, que permite aos clientes de instituições
financeiras ter o controle de seus dados. É o que
avaliou Hugo Lumazzini, analista da Unidade de Gestão
de Soluções do Sebrae, em um webinar promovida
ontem.


O evento contou com a participação de representantes
do Bradesco, do Santander, da Elo e da Linker. Ao falar
sobre as perspectivas do mercado financeiro, Lumazzini
disse que o dinheiro impresso pode cair em desuso em
um futuro próximo. "Acho que a gente não está longe
aqui no Brasil de algo como na China, de tudo
acontecer por um aplicativo, de transacionar dinheiro de


um lado para o outro, e talvez começar a sumir o
dinheiro em cédula. A gente tem tentado levar isso para
as pequenas empresas para que elas percebam essas
novas possibilidades no mercado", afirmou.

Ele disse, também, que é possível que grandes
empresas e bancos deixem de existir em alguns anos,
caso não consigam se adaptar à nova realidade de
bancos digitais e clientes mais exigentes. Graças à
tecnologia, disse ele, a sociedade tem passado por
grandes mudanças. Ele destacou que, atualmente, o
mundo depende de empresas e tecnologias que não
existiam há 10 ou 15 anos.

"O futuro do mundo financeiro é ser menos liderado por
empresas financeiras. Acho que é uma oportunidade de
ter novas empresas disputando com fintechs e bancos.
A gente não tem certeza se daqui a 10 anos a Elo
exista, o Bradesco, o Santander. Essas empresas vão
ter que se reinventar, porque teremos muito mais
concorrentes que não só do mercado financeiro",
avaliou.

Atualmente, o Brasil tem um dos sistemas bancários
mais avançados do mundo. Após períodos de
hiperinflação na década de 1980 e início dos anos 1990,
modelos como DOC, TED e boleto foram
implementados para permitir transações financeiras
mais rápidas. Hoje, por meio de smartphone, é possível
fazer transações em minutos. Apenas em 2019, os
bancos e instituições financeiras investiram R$ 8,9
bilhões em tecnologia. Apesar dos esforços para tornar
as atividades bancárias mais simples, as transações só
podem ser feitas em dias úteis, em horário comercial.

Para Ingrid Barth, cofundadora da fintech Linker, o PIX
vem para mudar a dinâmica do sistema brasileiro de
pagamentos. Já o Open Banking deve proporcionar
independência aos usuários no que diz respeito ao
controle dos seus dados. As fintechs, segundo sua
análise, não devem acabar com os bancos tradicionais.
"Elas vêm como complemento, não para tirar os bancos
tradicionais, mas talvez para participar por meio de uma
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