Clipping Banco Central (2020-09-17)

(Antfer) #1

Avanços devem continuar


Banco Central do Brasil

Correio Braziliense/Nacional - Opinião
quinta-feira, 17 de setembro de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Quem fica parado não estaciona. Fica para trás. A razão
é simples: ninguém é uma ilha. Como os outros
avançam, a diferença cresce. A observação vem, a
propósito, da divulgação do Índice de Desenvolvimento
da Educação Básica (Ideb) de 2019. O ensino médio
permaneceu 12 anos estagnado. Agora, avançou -
saltou de 3,8 para 4,2.


A melhora não se restringiu a esse nível de ensino.
Observou-se nas demais etapas escolares. Na fase
inicial -- do 1º ao 5º ano --, o índice passou de 5,8, em
2017, para 5,9, em 2019. No mesmo período, a
segunda fase, que abrange do 6º ao 9º ano, progrediu
dois pontos -- de 4,7 para 4,9.


Trata-se de fato alvissareiro, mas insuficiente. Exceto
nas séries iniciais, o país correu, mas parou no
caminho, sem conseguir cruzar a linha de chegada -- a
meta fixada para cada etapa. Na segunda fase do
ensino fundamental era de 5,2. No médio, 5. Veja-se
que não se exige nenhum desempenho excepcional,
apenas médio. Mesmo assim, a nota foi vermelha.


O Brasil tem longo caminho a percorrer, sem permissão


para acidentes de percurso. Dois desafios exigem
enfrentamento urgente. De um lado, retomar o trem da
história, deixado para trás pelo descaso e desconexão
com o saber. De outro, acelerar a velocidade para
encontrar os que o ultrapassaram e continuam a correr
porque querem manter a posição.

Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo
indicador, o objetivo é melhorar os índices para atingir o
patamar educacional da média dos países da
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE). A meta: Ideb igual a 6 em 2022,
ano do bicentenário da Independência.

Como é calculado a cada dois anos, até lá haverá só
mais um Ideb -- com dados de 2021. Estados e
municípios têm de acelerar além do programado. No
meio do caminho, está o ano de 2020, com escolas
fechadas, deficiência do ensino a distância, milhares de
estudantes marginalizados, sem acesso à internet ou ao
domínio da tecnologia.

Na volta às aulas, as instituições de ensino têm de estar
preparadas para, além de acolher alunos traumatizados
pelos efeitos da pandemia, prepará-los para recuperar o
tempo perdido. Estratégia precisa ser cuidadosamente
traçada para enfrentar o novo normal -- com turmas
reduzidas e exigência de cuidados especiais para
manter a saúde, ressocializar os discentes e promover o
acesso ao conhecimento. Não é pouco.

Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-
Econômico - Colunistas
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