Clipping Banco Central (2020-09-17)

(Antfer) #1

BC mantém taxa de juros em 2% após 9 cortes seguidos


Banco Central do Brasil

O Estado de S. Paulo/Nacional - Economia
quinta-feira, 17 de setembro de 2020
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Autor: Fabrício de Castro Eduardo Rodrigues) brasília


Após nove cortes consecutivos, o Banco Central
decidiu na noite de ontem manter a Selic (a taxa básica
de juros) em 2% ao ano. Em meio aos esforços do
governo para recuperar a economia após o choque
trazido pela pandemia do novo coronavírus, o BC
paralisou o processo de baixa de juros, iniciado em
julho de 2019, para evitar eventuais efeitos negativos
sobre o mercado financeiro. Para os próximos meses,
apesar da pressão recente do arroz sobre a inflação, a
autarquia indicou que não pretende elevar a Selic e, ao
mesmo tempo, avaliou que o espaço para mais cortes é
pequeno.


A decisão de ontem era largamente esperada pelos
economistas do mercado. Isso porque no início de
agosto, quando cortou a Selic pela última vez, o BC já
havia indicado a intenção de parar em setembro. A
visão é de que uma Selic a 2% ao ano - o menor nível
da série histórica deixa pouco espaço para novas
reduções. Há a preocupação de que uma taxa muito
baixa possa afetar o funcionamento dos mercados de
câmbio e de fundos de investimento.


De um total de 48 instituições consultadas pelo
Projeções Broadcast, todas esperavam pela
manutenção da Selic em 2,00% ao ano ontem. Para 43
das 48 casas que enviaram estimativas, o mais provável
é que o ciclo de reduções da taxa tenha, de fato, se
encerrado em agosto.

Com a Selic a 2% ao ano, o Brasil segue com juro real
(descontada a inflação) negativo. Cálculos do site
MoneYou e da Infinity Asset Management indicam que o
juro real brasileiro está em -0,81% ao ano. O País
possui o 16o juro real mais alto do mundo, considerando
as 40 economias mais relevantes. No topo do ranking
está a Turquia, com juro real de +3%.

No comunicado que acompanhou a decisão de ontem, o
BC avaliou que a retomada da atividade nas principais
economias do mundo tem gerado um ambiente
"relativamente mais favorável" para os países
emergentes. "Contudo, há bastante incerteza sobre a
evolução desse cenário, frente a uma possível redução
dos estímulos governamentais e à própria evolução da
pandemia da covid-19", pontuou o BC.

Ao tratar da atividade econômica no Brasil, o BC
afirmou que os indicadores recentes sugerem uma
"recuperação parcial, similar à que ocorre em outras
economias". A autarquia ponderou que os setores mais
afetados pelo distanciamento social "permanecem
deprimidos, apesar da recomposição da renda gerada
pelos programas de governo". Além disso, o BC voltou a
defender a importância das reformas e do controle fiscal
no País.

Inflação. Sem citar especficamente o arroz - produto
que vem sendo apontado como o vilão para os preços
nas últimas semanas - o BC afirmou que a inflação deve
se elevar no curto prazo. Além da alta nos alimentos,
contribui para isso, conforme a autarquia, a
"normalização parcial do preço de alguns serviços",
passada a fase mais intensa de isolamento social.
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