Clipping Banco Central (2020-09-17)

(Antfer) #1

Bolsonaro volta a estimular Renda Brasil


Banco Central do Brasil

O Estado de S. Paulo/Nacional - Economia
quinta-feira, 17 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes

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Autor: Idiana Tomazelli Adriana Fernandes Emilly
Behnke / brasília


Não durou nem 24 horas o fim do Renda Brasil
decretado pelo presidente Jair Bolsonaro. O relator do
Orçamento de 2021, senador Marcio Bittar (MDB-AC),
recebeu cartão verde do próprio presidente para a
retomada das discussões sobre um novo programa
social pós-pandemia, com a inclusão da proposta no
Orçamento. A ideia é que o programa ressurja pelo
Congresso, como antecipou ontem reportagem do
Estadão.


O acerto foi feito pela manhã e, à tarde, Bittar já estava
em reuniões com o ministro da Economia, Paulo
Guedes, para discutir as possíveis fontes de
financiamento do programa - justamente o motivo que
levou o presidente a afirmar, na véspera, que estava
proibido falar no Renda Brasil até o final de 2022.


A mudança de rumo vem depois de o Renda Brasil ter
sido sepultado num primeiro momento por Bolsonaro,
que ficou insatisfeito com repetidos anúncios de ações
em estudo feitos pela equipe econômica sem que


houvesse já o acerto político daquela medida. O
estopim foi a ideia do time de Guedes de não dar
reajuste aos benefícios da Previdência (aposentadorias,
pensões, auxílios doença e salários-família) por dois
anos.

O movimento do presidente foi visto com preocupação
por parlamentares, com o risco de o ônus de medidas
duras ficar na conta do Congresso e o bônus, com o
presidente. O governo também não quis deixar um
vácuo aberto para os congressistas, que já têm projetos
para reforçar o Bolsa Família.

Bittar adotou estratégia inversa à que vinha sendo
usada pela equipe econômica e lideranças do
Congresso e evitou antecipar valores e de onde sairiam
os recursos para viabilizar a nova tentativa de tirar o
programa do papel. "Para evitar informações
desencontradas, que vazam, em que pese terem lógica
mas acabam sendo abortadas, peço desculpas mas não
vou fazer nenhum tipo de especulação enquanto ela
(proposta) não estiver pronta", disse Bittar, que é relator
também da PEC do Pacto Federativo, que inclui
medidas de ajuste nas contas públicas.

O senador prometeu até a próxima terça-feira a
apresentação de uma proposta para o novo programa,
que pode ser criado ainda sem uma previsão inicial de
recursos. A ideia é garantir sua existência e a rubrica
orçamentária necessária para destinar os valores,
deixando a discussão de revisões em outras despesas
para mais adiante.

Segundo Bittar, até lá a ideia é manter a discussão
"dentro do governo e dentro do Congresso". "É coisa
que a esquerda sabe fazer desde criança. Primeiro
discute, faz assembleia, reunião interna, bem
disciplinadamente, bem hierarquizadamente, e aí
apresenta a ideia."

Sacrifícios. Indicado para a presidência da Comissão
Mista de Orçamento, o deputado Elmar Nascimento
(DEM-BA) disse que o novo programa não pode ser
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