Clipping Banco Central (2020-09-17)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

O Estado de S. Paulo/Nacional - Economia
quinta-feira, 17 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes

feito com "sacrifício de uns, enquanto outros passam
incólumes". Segundo ele, o relator terá terá de apontar a
fonte de financiamento com corte de gastos e
transparência. "Quero saber de onde o governo vai tirar
para dar R$ 300 (valor atual do auxílio emergencial). Sei
que nessa questão vamos ter muita dificuldade",
afirmou. Para ele, é preciso evitar qualquer expectativa
de que o governo vai elevar despesas sem uma nova
fonte de recursos.


Governo e relator esperam abrir espaço no Orçamento
com a PEC do Pacto Federativo, que prevê uma série
de medidas de ajuste, principalmente para conter gastos
com o funcionalismo. Bittar reforçou que a medida pode
abrir um espaço de R$ 20 bilhões a R$ 30 bilhões no
Orçamento, no período de dez anos. Ele também
confirmou que em seu relatório trará sugestões para
reduzir gastos com as Câmaras municipais. A maior
parte das medidas é voltada para os gastos de pessoal
e deve trazer economia de R$ 3,6 bilhões com cortes
nas Câmaras municipais.




ANÁLISE. Vera Rosa


Congresso vê 'batata quente' vindo do Planalto para ele


Deputados e senadores estão convencidos de que o
presidente Jair Bolsonaro quer empurrar uma nova
"batata quente" para o Congresso com essa história de
Renda Brasil. Nos bastidores, muitos dizem que, ao
perceber que o programa antes anunciado com pompa
e circunstância para substituir o Bolsa Família não
conseguiria chegar aos pés do auxílio emergencial, já
reduzido para R$ 300, Bolsonaro tenta agora transferir o
ônus para o Legislativo.


Embora parlamentares façam movimentos para
apresentar uma agenda social mais robusta neste ano
eleitoral, o grupo ligado ao presidente da Câmara,
Rodrigo Maia (DEM-RJ), já avalia que é preciso ir
devagar com esse andor. Longe dos holofotes, o
diagnóstico é o de que o Congresso não pode deixar
Bolsonaro capitalizar medidas populistas, enquanto


deputados e senadores ficam com a imagem de quem
tirou dinheiro dos pobres.

A preocupação ocorre porque, pelos cálculos em estudo
por esse grupo, um programa mais amplo de benefícios,
como o planejado Renda Brasil, acabaria frustrando as
expectativas em termos de recursos. Ao fim e ao cabo,
os repasses das parcelas para a população carente
seriam menores do que o auxílio emergencial criado
pelo governo para atenuar os efeitos provocados pela
pandemia do coronavírus, como o desemprego em
massa. O auxílio, que no início da crise foi de R$ 600,
acabou reduzido pela metade até dezembro.

E o que vai entrar no lugar até 2022, ano de novas
eleições presidenciais? "Nós defendemos e achamos
muito importante um programa de renda básica, mas é
atribuição do governo apresentar essa proposta", disse
ao Estadão o líder do Cidadania, deputado Arnaldo
Jardim (SP).

Na outra ponta, o PT vai insistir na marca Bolsa Família,
criada no primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva,
em 2003, e quer que o benefício seja incorporado à
Constituição, para torná-lo permanente. É, na prática,
um discurso de campanha.

Dias antes de dar um piti com a equipe econômica
comandada por Paulo Guedes e repetir que jamais
tiraria "dinheiro dos pobres para dar aos paupérrimos",
por exemplo, o presidente vetou parte de um projeto de
lei que concedia perdão a dívidas de igrejas. Apesar de
ter atendido Guedes nesse quesito - já que a iniciativa
poderia ter impacto de R$ 1 bilhão aos cofres da
Receita -, Bolsonaro foi às redes sociais, no domingo,
para dizer que, se fosse deputado ou senador, votaria
pela derrubada do seu próprio veto.

Pressionado pela bancada evangélica, que o apoia e
prometeu defender o governo nas disputas de
novembro em cidades estratégicas para seu projeto de
reeleição, como São Paulo e Rio, Bolsonaro
encomendou agora outra proposta para beneficiar as
igrejas. Na avaliação de parlamentares, esse vaivém é
mais um exemplo de como o Palácio do Planalto acaba
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