Clipping Banco Central (2020-09-17)

(Antfer) #1

Roberto Macedo - PIB paulista não está tão mal como o do Brasil


Banco Central do Brasil

O Estado de S. Paulo/Nacional - Espaço Aberto
quinta-feira, 17 de setembro de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Autor: Roberto Macedo


O relatório do IBGE sobre o produto interno bruto (PIB)
do Brasil no segundo trimestre deste ano, divulgado no
início deste mês, mostrou que a queda relativamente ao
primeiro trimestre foi de 9,7%, a pior da série de dados
iniciada em 1996, perto de um quarto de século atrás!
Foi nesse segundo trimestre, principalmente em abril,
que a crise da covid-19 teve seu maior impacto
econômico, mas em menor grau esse efeito já foi
sentido no PIB do primeiro trimestre. As medidas
governamentais que prejudicaram as atividades
econômicas começaram apenas na segunda quinzena
de março, e nesse trimestre houve uma queda de 2,5%,
relativamente ao último de 2019.


Recentemente a Fundação Seade, do governo estadual,
publicou sua avaliação do PIB paulista no segundo
trimestre deste ano. Relativamente ao primeiro, a taxa
também mostrou queda, mas de 7%, cerca de 30%
inferior à de 9,7% do País, citada acima. No primeiro
trimestre, relativamente ao último de 2019, a queda do
PIB paulista, de 0,4%, foi bem menor que a do Brasil, já
mencionada, de 2,5%.


Essas duas publicações permitem ampliar comparações
como essas e fazer outras voltando ao segundo
trimestre de 2019. Farei isso começando por estender
essa já realizada, de taxas porcentuais de variação
trimestral do PIB relativamente ao trimestre
imediatamente anterior. Seguem-se essas taxas do PIB
brasileiro e do paulista, em cada um dos cinco
trimestres que vão do segundo de 2019 ao segundo de
2020, a do Brasil antecedendo a de São Paulo: 0,5% e
1,2%, 0,1% e 0,1%, 0,5% e 0,8%, -2,5% e -0,4%, e -
9,7% e -7%. Como se vê, só no terceiro trimestre de
2019 as taxas foram iguais, nos demais as de São
Paulo foram melhores ou menos ruins que as do Brasil.

Isso também ocorreu com as taxas porcentuais de cada
trimestre relativamente ao mesmo trimestre do ano
anterior: 0,5% e 2,4%, 0,1% e 2,4%, 0,5% e 2,8%, -
0,3% e 2,9% e -11,4% e -6,5%. Elas mostram que o PIB
de São Paulo estava crescendo bem mais que o do
Brasil nos quatro trimestres até o primeiro deste ano.

No mês passado, outro comunicado da Fundação
Seade mostrou que PIB de São Paulo chegou "... a
março de 2020 com um crescimento anual de 2,6%. Tal
dinamismo forneceu maior fôlego e capacidade de
resistência em vários segmentos, principalmente no
setor de serviços". Como se sabe, o PIB do Brasil
fechou 2019 crescendo a 1,1% no ano. Fatores que
também pesaram nessa maior resistência do PIB
paulista são apontados: 1) " ... o sucesso nas medidas
de controle da epidemia evitou o colapso do sistema de
saúde e viabilizou a flexibilização gradual das
restrições" e 2) os programas federais de estímulos,
como o auxílio emergencial de R$ 600 por mês, "... que
cumpriram papel importante para uma relativa
sustentação do consumo."

Voltando à comparação das taxas do PIB do Brasil e do
estadual nos últimos cinco trimestres, as taxas
trimestrais acumuladas no ano até o segundo trimestre
relativamente ao mesmo período do ano anterior foram,
na mesma ordem acima: 0,8% e 2,0%, 1,0% e 2,1%,
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