Clipping Banco Central (2020-09-17)

(Antfer) #1

Retomada na incerteza global


Banco Central do Brasil

O Estado de S. Paulo/Nacional - Notas e Informações
quinta-feira, 17 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - FMI

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A reação começou, os estímulos funcionaram e a
economia global deve encolher 4,5% neste ano, em vez
dos 6% estimados há três meses, segundo as novas
projeções da OCDE, a Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico. No Brasil o Produto
Interno Bruto (PIB) deve ser 6,5% menor que o de



  1. A perda seria de 7,4%, de acordo com a
    avaliação anterior, na hipótese de um único surto de
    covid-19. O quadro pode ser menos assustador, mas a
    grande mensagem ainda é de cautela. Uma face de
    mulher com máscara branca - médica ou enfermeira -
    ilustra a capa do relatório. Nenhum termo econômico
    aparece no título geral: Coronavírus: vivendo com a
    incerteza.


Se a recuperação continuar sem novos problemas, a
economia mundial deverá crescer 5% em 2021. A
estimativa de junho indicava 5,2%. Confirmada a nova
projeção, a renda global no fim do próximo ano será
US$ 7 trilhões menor do que seria se os cálculos de
novembro de 2019 estivessem corretos. O mundo terá
perdido o equivalente à soma das produções de um ano
da França e da Alemanha.


"No meio desta incerteza sem precedente, sabemos que
o mundo será muito mais pobre do que seria sem o
vírus", escreveu a economista-chefe da OCDE,
Laurence Boone. Na hipótese mais benigna, com uma
vacina prevista para breve e maior confiança entre
empresários e consumidores, a perda poderá ficar em
US$ 4 trilhões. No extremo oposto, se as expectativas
desandarem, a perda até o fim de 2021 poderá chegar a
US$ 11 trilhões.

Mas algum aprendizado sobrou do segundo trimestre de
2020, quando o PIB global despencou 7,8% em relação
ao primeiro. A queda teria sido muito maior, escreveu
Laurence Boone, sem as políticas emergenciais
implantadas em todo o mundo - grandes estímulos ao
crédito, socorro emergencial aos mais vulneráveis,
tréguas na cobrança de impostos e medidas de
sustentação do emprego e de apoio a empresas.

A queda de 7,8% foi sem precedente em períodos de
paz, mas as políticas funcionaram e a re- tomada
começou. Políticas continuarão fazendo muita diferença
na próxima etapa, no meio de tanta incerteza, e ainda
será preciso apoiar os grupos mais vulneráveis,
segundo a avaliação da OCDE.

A dívida pública aumentou em todo o mundo, com alta
equivalente a cerca de 15 pontos de porcentagem no
conjunto da OCDE, entidade formada por 37 países
desenvolvidos e emergentes. Mas, ainda assim, é cedo,
na avaliação dos economistas da organização, para
apertar as finanças públicas. É preciso evitar o erro
cometido depois da crise financeira de 2008-2009,
quando a retirada prematura dos incentivos prejudicou a
recuperação. Mas será preciso, segundo o relatório,
rever e redesenhar as políticas para facilitar, quando
necessário, a reconfiguração econômica.

Como tem ocorrido em várias ocasiões, nos últimos dez
anos, o caso brasileiro parece encaixar-se com
dificuldade no quadro das prescrições políticas. Quando
defendem a manutenção de políticas de estímulo,
economistas do Fundo Monetário Internacional (FMI)
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