Clipping Banco Central (2020-09-17)

(Antfer) #1

União em prol do meio ambiente


Banco Central do Brasil

O Estado de S. Paulo/Nacional - Notas e Informações
quinta-feira, 17 de setembro de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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A gravidade da emergência ambiental representada
pelas queimadas e desmatamentos ilegais na Região
Amazônica é tal que levou à união de organizações de
defesa do meio ambiente e representantes do
agronegócio, grupos que historicamente têm adotado
posições antagônicas. Chamado de Coalizão Brasil
Clima, Florestas e Agricultura, o grupo reúne 230
organizações, entre as quais WWF Brasil, WRI Brasil,
TNC, Imazon, Instituto de Pesquisa Ambiental da
Amazônia (Ipam), JBS, Klabin, Marfrig, Amaggi, Basf,
Danone, Natura e Unilever, e se autodefine como "um
dos raros foros de diálogo entre o agronegócio e
ambientalistas". De fato, uma união como essa era tida
como improvável até pouco tempo atrás.


As organizações e empresas que fazem parte da
Coalizão Brasil assinaram um documento contendo seis
propostas para deter o avanço do desmatamento na
Amazônia. O documento, ao qual o Estado teve acesso,
foi enviado para o presidente Jair Bolsonaro e para o
vice-presidente Hamilton Mourão, que preside o
Conselho Nacional da Amazônia Legal. Além deles,
receberam as propostas do grupo lideranças do
Congresso, representantes do Parlamento Europeu e


embaixadas de países europeus no Brasil.

O maior triunfo dessa coalizão em prol do meio
ambiente, além de sua própria existência, é o fato de
concentrar esforços na propositura de poucas, porém
efetivas medidas, algumas das quais podem ser
implementadas de imediato.

A primeira delas propõe a retomada das ações de
fiscalização e da punição dos crimes ambientais
identificados. Esta é uma proposta que se coaduna com
a promessa feita por Mourão no âmbito do Conselho da
Amazônia de reforçar órgãos de Estado como o Ibama,
o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) e a
Funai. São estes órgãos, com apoio da polícia e do
Exército, quando cabível, que têm competência legal
para identificar e autuar quem viola as leis de proteção
ambiental no País.

As outras medidas propostas pela Coalizão Brasil são a
suspensão dos registros do Cadastro Ambiental Rural
(CAR) que incidem sobre florestas públicas, o que
ajudará a combater a grilagem de terras; a destinação
de 10 milhões de hectares como "área protegida de uso
restrito e sustentável" em regiões sob forte pressão de
desmatamento; o condicionamento da oferta de
financiamentos à adoção de ações de proteção
ambiental; adoção de mais transparência nos processos
de autorização de cortes de vegetação; e a suspensão
de todos os processos de regularização fundiária de
imóveis onde houve desmata- mento a partir de julho de
2008, até que as áreas estejam recuperadas.

O diretor executivo do Ipam, André Guimarães, disse,
com razão, que "o desmatamento descontrolado traz
instabilidade ao País, ao clima, ao meio ambiente e aos
empresários". A ninguém interessa essa instabilidade,
que tanto desgaste tem trazido para a imagem do Brasil,
que já foi referência no campo da proteção ambiental, e
freia a disposição de investidores, tanto no País como
no exterior.

Após receber o documento da Coalizão Brasil, Hamilton
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