Placar - Edição 1467 (2020-09)

(Antfer) #1
ogo depois do tri, no México, Pelé decidiu que não voltaria a defender a camisa ama-
rela do Brasil. A imprensa seguiu especulando sobre uma possível volta, até a Copa
de 1974, mas ele manteve-se fiel à ideia de parar no auge — e assim foi, em três opor-
tunidades. Em julho de 1971, foram dois jogos (um em São Paulo, outro no Rio) para
dar adeus à canarinho — no Morumbi, ele marcou o gol contra a Áustria. Em 1974
houve o último jogo pelo Santos, não foi 100% como planejado: o time não estava com
seu uniforme todo branco e faltou o gol derradeiro, mas sobrou emoção. Daí, quando
tudo parecia terminado, Pelé se reinventou
como divulgador do futebol nos Estados Uni-
dos. Atuou duas temporadas pelo Cosmos, de
Nova York, até sua última partida como atleta
profissional. O adversário só poderia ser o
Santos — ele jogou o primeiro tempo com a
camisa 10 do time americano e o segundo
com a branca do alvinegro praiano. No está-
dio dos Giants, antes de a bola rolar pela últi-
ma vez, o Rei abriu seu discurso em defesa
das crianças afirmando: “Love, love, love.
Amor, amor, amor”. A seu lado, o igualmente
gigante Muhammad Ali, o maior boxeador de
todos os tempos, decretou: “O mundo todo de-
ve te agradecer, Pelé. Você tem uma cabeça e
um coração que soube colocar nos pés, a ser-
viço do futebol. Todos os esportistas do mun-
do deveriam curvar-se aos teus pés”.

32 SET | 2020


PELÉ 80 DESPEDIDAS


LEMYR MARTINS

Foram três emocionantes cerimônias de adeus — da seleção,
do Santos e do Cosmos, em Nova York

L


LOVE ,


“Coisas da vida!


Eu que sou um homem


de Três Corações, tive


três despedidas. Todas elas


vitoriosas. Agradeço a Deus


por tudo isso.”


LOVE ,


LOVE


PL 32_39 - DESPEDIDAS V chec ok.indd 32 9/4/20 5:05 PM

Free download pdf