Época - Edição 1158 (2020-09-21)

(Antfer) #1

contra aCovid-19no Facebookentre março
ejulhodesteano.Umoutroestudo,condu-
zidopelo site Avaaz, mostrouque seisem
cadadez internautasreceberamalgumtipo
de fake newspelo WhatsApp durante apan-
demiano país. “Háduas formasde impedir
que essesconteúdos falsos se disseminem
tão rapidamente. Umasão os mecanismos
de controledas própriasplataformas,que de
fato vêmsendoexpandidoseficando mais
eficientes, mas que aindanão são osuficien-
te.Aoutraéaumentar onúmerode infor-
mações verídicas ecomprovadascientifica-
mente nas redes,comconteúdo produzido
por especialistas”, afirmouopesquisador
GregórioFonseca,que estudaocomporta-
mento de vídeos sobre vacina em redes so-
ciaisdesde2018pelaUniversidadeFederal
de MinasGerais(UFMG).


Avelocidade de propagaçãoeengajamento
de conteúdos falsos ligados às vacinaseaou-
tros tratamentos de saúde foi quatro vezes
maiordoque adeinformaçõesprovenientes
de instituiçõescomoaOrganizaçãoMundial
da Saúde(OMS)eoCentrodeControleePre-
venção de Doenças dos EUA, de acordocom
um estudo globalrealizadopelogrupo Avaaz
nos últimos dois anos.NoBrasil,oimpacto da
desinformação foi constatadoem umapesqui-
sa do Ibopede agosto.Olevantamentomostra
que um de cadaquatro entrevistados não sabe
se vai tomar avacina, casoaprovada.
Hoje, no país, quatro estãona fase de tes-
tes.AlémdaimunizantedeOxford,háa
chinesa Coronavac,aamericanaproduzida
pela Pfizer-Wyeth euma europeiaem desen-
volvimento pela Johnson&Johnson.Arussa
SputnikVpoderáser aquinta autorizadapela
Anvisa.Antes mesmode os testescomeça-
rem,nos últimos sete dias,afrase “a vacina
russaésegura”foi asexta maispesquisada na
plataformano Brasil,quandousuáriospes-
quisavam sobreotermo“vacina”.
Um dos voluntáriosda vacinacommaior
númerode seguidoreséopsiquiatra Arthur
Danila,de 32 anos.Ele éumdos 9mil volun-
táriosda vacinaque vem sendodesenvolvida
pela China. Omédicopostou umafotorece-
bendouma dasdoses no últimodia 4. Imedia-
tamente, partedos 16 mil seguidoresinteragi-
ram com ele. “Comopesquisador,fiqueiposi-
tivamente surpreso comos protocolosde se-
gurançada vacinae, por isso,resolvifazero
post.Tomei os cuidadospara passarapenas as
informaçõesjá comprovadascientificamente,
porém,tenhoreceiode que os medosinfun-
dadosda população possamlevarauma bai-
xa adesãoàvacinaeagente não consigaevi-
tar novossurtos”afirmouDanila.
Oengajamento dessesnovosinfluencers
não tem restrições,de acordocom os respon-
sáveis pelostestesconsultadospor ÉPOCA.
Em casodeabusoou irregularidades, podeha-
verfiscalização porentidadesde classe,como
oConselhoFederalde Medicina(CFM).O
manual de éticada entidade médicarestringe
fazer publicidade ou divulgar,fora do meiocien-
tífico, “processo de tratamento ou descoberta
cujovalor ainda não esteja expressamente re-
conhecidocientificamente por órgão compe-
tente”. “É preciso cautela”, avaliouopresidente
do Conselho Regional de Medicina do Paraná
(CRM/PR),Roberto Issamu Yosida.

PROFISSÃOVACINADO 53
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