Pedro Luiz de Oliveira Costa Neto - Estatística (2002, Editora Blucher) - libgen.lc

(Flamarion) #1

DISTRBIUIÇÕES AMOSTRAIS 47


3.4.2 Distribuições amostrais de/ e p'


Consideremos agora a freqüênciaJcom que foi observada alguma característica na amostra.
Essa característica poderá ser uma das classificações de uma variável qualitativa, um ou
mais valores de uma variável quantitativa discreta, ou o fato de um valor de uma variável
quantitativa contínua cair em um dado intervalo. A freqüênciaJ é uma estatística, pois é
determinada em função dos elementos da amostra.

Evidentemente, podemos, para cada elemento da amostra, considerar a ocorrência de
um sucesso, caso a característica desejada se verifique, e de um fracasso, em caso contrário.
Seja p a probabilidade de ocorrência de sucesso para cada elemento da amostra. Se a
população é infinita ou a amostragem é feita com reposição, p é constante para todos os
elementos da amostra, e os resultados observados para todos eles serão independentes.
Nessas condições, o Cálculo de Probabilidades nos ensina que a distribuição amostral de
freqüênciaJ será uma distribuição binomial de parâmetros n e p, seguindo-se, pelas
propriedades da distribuição binomial, que


μ(J)=np,

a^2 (J) = np(l -p).

(3.6)

(3.7)

A freqüência relativap', por sua vez, sendo simplesmente o quociente deJpelo tamanho
da amostra n, terá média e variância que são facilmente obtidas pela aplicação das
propriedades (a) e (c), vistas em 3.4.1. Assim, temos

(3.8)

(3.9)

o tipo de distribuição de p' continua, para todos os efeitos, sendo uma distribuição


binomial, porém cujos possíveis valores foram comprimidos entre O e 1 com intervalos de
1/n, ao invés de variarem de O a n segundo os números naturais, o que ocorre na distribuição
binomial propriamente dita.

Sendo a amostra suficientemente grande, podemos aproximar as distribuições de/ e p'
por distribuições normais de mesma média e mesmo desvio-padrão. Em termos práticos, em
geral, podemos considerar que a amostra será suficientemente grande, para efeito dessa

aproximação, se np ~ 5 e n(l -p) ~ 5.


3.4.3 Graus de liberdade de uma estatística

Afirmamos em 2.3.3 que a variância de uma amostra deve ser calculada por

(3.10)

ou por expressões equivalentes. A razão pela qual se recomenda usar n -1 ao invés de n no
denominador da expressão será apresentada no Cap. 4. No entanto antecipamos que a
necessidade dessa correção está relacionada com o número de graus de liberdade dessa
estatística. A questão dos graus de liberdade é, possivelmente, abstrata, mas procuraremos
ilustrá-la melhor a seguir.
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