Eu terminava as ligações e ele dizia: “Perfeito”. Enquanto o presidente
batia de frente com os governadores, eu não tinha problema nesse sentido.
Não entrei em rota de colisão com nenhum deles, nem com os do Nordeste
nem com os da oposição.
Outro ex-deputado que nomeei para me assessorar no Ministério da Saúde
foi o Abelardo Lupion, do Paraná. No DEM tínhamos um grupo pequeno, que
era o Ronaldo Caiado, Lupion, Onyx, Alberto Fraga, David Alcolumbre e eu.
Havia uma divisão de grupos no partido que consistia num arranjo
regional. Os baianos giravam em torno do ACM Neto, os fluminenses se
agrupavam com o Rodrigo Maia, que também se aliava aos paulistas. Já nós
seis éramos representantes de estados que só tinham um deputado no partido.
Como não tínhamos bancada, quando chegava a votação para líder do
partido, juntava Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro e decidiam entre si quem
ocuparia a liderança da legenda. Quem não tinha bancada aplaudia. Tudo saía
daquele arranjo regional, desde quem iria ocupar relatoria de projetos aos
presidentes de comissão.
Para furar esse bloqueio, criei uma expressão que era, na verdade, um
desabafo. “Vocês estão andando em matilha. Nós somos lobos solitários e
vamos criar a alcateia democrata”, eu disse. Aí começamos a nos juntar com
outros “lobos solitários” para ganhar força. Foi assim que conseguimos
contrabalançar o poder do eixo Bahia-Rio de Janeiro-São Paulo. Desenvolvi
amizade com esses deputados assim.
Quando o Onyx foi para a Casa Civil, convidou Lupion para trabalhar com
ele. Mas, em fevereiro de 2020, Onyx foi remanejado da Casa Civil para o
Ministério da Cidadania e virou as costas para o Lupion. Assim que um
assessor meu saiu, chamei o Lupion para se juntar à minha equipe. Ele até
disse que estava esperando para ver como as coisas iriam ficar na Casa Civil
com a chegada do novo ministro, o general Walter Braga Netto, mas eu falei:
antfer
(Antfer)
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