“Você acha que ele vai querer trabalhar com você? Ele vai querer colocar
militares nos cargos”.
Disse a ele que durante a epidemia eu precisava de alguém que
conversasse com a indústria para fazer a roda girar. Havia muitas empresas
querendo doar para ajudar no combate à pandemia. Assim que a epidemia
fosse contida, eu teria de reposicionar muita coisa dentro do Ministério da
Saúde e, dali em diante, a gente veria o que fazer. Lupion então acabou
aceitando o convite.
Eu o coloquei para conversar com a Vale, o Itaú, a Brastemp, o Bradesco,
que queriam participar de algum jeito. Todas as doações da iniciativa privada
foram feitas por meio do Lupion. Eu sempre falava que não era para ele
aceitar doação em dinheiro, mas quem quisesse doar equipamentos,
materiais, medicamentos, nós aceitaríamos. E assim foi. Ele acabou ficando
do meu lado e do Aleluia durante a crise.
E chegamos a um momento dramático. Os norte-americanos estavam
adquirindo equipamentos e insumos no mundo todo com tamanha fúria que
nosso ministério ficou numa situação de extrema fragilidade. Mesmo as
compras acordadas, já com contratos assinados e tudo, começaram a cair. A
alegação é que não tinham mais os produtos, que não conseguiriam entregar.
Demos um passo para trás. Portanto, era preciso contar com a força que vinha
crescendo dos movimentos sociais e que atingia uma parte do nosso PIB.
Vários empresários e industriais entraram nesse movimento de solidariedade,
perguntando no que podiam ajudar. Foi Lupion que agregou todos esses
setores.
A aproximação com a Vale, por meio do diretor de Sustentabilidade e
Relações Institucionais Luiz Eduardo Osorio, trouxe para o ministério uma
parceria que foi fundamental para adquirir testes e insumos na China. Assim
que a China voltou a exportar, os norte-americanos atuaram desfazendo
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(Antfer)
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