ações da pasta que eu dirigia. Então, no meio dessa confusão toda, tive um
estalo. Percebi que não precisaríamos de campanha nenhuma. Eu iria usar a
capacidade de comunicação do próprio Ministério da Saúde. Para que fazer
propaganda no meio dessa enxurrada de cobertura? A imprensa já estava
fazendo esse trabalho, e muito bem. Não fazia sentido gastar com
publicidade.
Foi então que se tornaram mais intensas as minhas participações nas
coletivas. A imprensa poderia ser uma grande aliada na missão de levar à
população as informações que eu precisava passar.
Até então, eu aparecia a intervalos regulares e, na maior parte das vezes,
deixava Wanderson Oliveira ou o João Gabbardo dos Reis à frente das
entrevistas. Eu ia apenas em momentos que considerava importantes. Isso
mudou.
Com minha decisão, o presidente passou a ficar incomodado com a
cobertura feita pela imprensa das ações do ministério e o protagonismo do
seu ministro. Para mim, era perfeito. A imprensa ajudava o ministério a
divulgar os protocolos de uma maneira fácil, orgânica, e ainda permitia que
eu interagisse com as pessoas. Foi então que começou uma interação não só
com os jornalistas de TV, mas também com os jornais Folha, Estadão, O
Globo, Correio Braziliense, entre outros. Os correspondentes em Brasília
passaram a ser meus interlocutores e participaram dessa crônica diária da
crise. Alguns se tornaram confidentes, mas de uma maneira geral todos foram
fundamentais na disseminação de boas práticas num momento de crise tão
grave da saúde dos brasileiros.
Conversei com eles que seria importante que o trato das matérias ajudasse
a levar o presidente para um ponto de convergência com o Ministério da
Saúde. Que mostrasse que o melhor caminho era o que estávamos tomando.
Foi uma relação próxima e sempre muito respeitosa.
antfer
(Antfer)
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