Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec). A minha opinião era a de
que, se havia médicos querendo utilizar o medicamento, que fizessem por sua
conta e risco, o medicamento estava nas farmácias. O Estado não poderia ser
responsável por um remédio que poderia agravar o estado de saúde de
algumas pessoas. Não tenho problemas com medicamentos, acho que têm
que estar à disposição para combater as doenças, mas é preciso haver um
cálculo dos riscos e benefícios. Ninguém usa Novalgina porque está com
medo de ter dor de cabeça. Não adianta. Cloroquina é um medicamento com
muitos efeitos colaterais, não pode ser usada em larga escala. Não é como a
ivermectina, que também não vai curar você da covid-19, mas se você tiver
algum verme, vai servir para alguma coisa.
Pedi a palavra quando os médicos terminaram de falar e perguntei qual era
a formação deles. Disseram que eram imunologista e anestesista, então
observei que aquela reunião deveria ter sido feita primeiro entre eles e a
Sociedade Brasileira de Imunologia e a Sociedade Brasileira de
Anestesiologia, para que tivessem um embasamento maior e pudessem, pelo
menos, falar pelo conjunto de seus pares. Apenas dessa forma poderíamos dar
um passo à frente nesses protocolos. Porque nenhuma das pessoas que
estavam ali tinha formação técnica para discutir o tema. Se me dessem
licença, eu poderia inclusive marcar uma reunião com o Conselho Federal de
Medicina, para que emitissem uma nota técnica sobre a questão. Se as
opiniões fossem convergentes, tudo bem, se não fossem, o medicamento
deveria ficar a critério do médico e seu paciente. O Jorge concordou comigo
e, na sequência, Barra Torres afirmou que a Anvisa não faria nenhuma
mudança na bula da cloroquina sem embasamento científico.
Pedi licença e voltei para o Ministério da Saúde, onde todos os
funcionários me aguardavam no térreo, pois achavam que eu poderia ter sido
antfer
(Antfer)
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