Realmente havia médicos receitando ivermectina para melhorar o sistema
imunológico dos pacientes, apesar de não haver nenhuma comprovação de
que fosse eficiente. O senador Omar Aziz (PSD), do Amazonas, me ligou para
contar que havia tomado uma injeção de Ivomec por indicação do seu
médico. Aziz não ficou doente, mas soube que o médico que aplicou a
injeção pegou o coronavírus e foi parar na UTI.
No final da minha conversa com o presidente, combinei de mantermos
uma rotina para eu atualizá-lo sobre os dados da pandemia no país. Eu
chegava ao Ministério da Saúde bem cedo e a primeira coisa que fazia era ver
os números do dia anterior. Acertei que às nove horas da manhã eu iria até a
sala dele para dizer como havia amanhecido o país em relação à pandemia.
“O senhor vai ter o relatório mais limpo possível. O mesmo que eu estiver
trabalhando será o que o senhor estará trabalhando. Eu vou dizer os pontos
que eu acho que a gente devia focar, que cidade temos de olhar mais de perto,
até onde dá para o senhor negociar, e dessa maneira vamos falar a mesma
língua. Porque do jeito que está não está bom, está dando muito ruído. Se o
senhor precisar de qualquer coisa, eu posso passar aqui antes da coletiva para
darmos uma olhada juntos se tem alguma coisa a ser apontada para a
imprensa, digo mais ou menos o rumo que vou seguir na minha fala... São
dois momentos rapidinhos por dia. Tudo bem?”
Ele concordou.
Naquela mesma quarta-feira, quatro horas da tarde, fui para falar com o
Bolsonaro antes da coletiva. Perguntei se estava tudo bem e ele me disse que
faria um pronunciamento à nação. Questionei se queria algum dado da saúde,
alguma informação. E ele disse que não, que a fala seria sobre o auxílio
emergencial de seiscentos reais à população mais carente. Comentei que seria
uma pauta positiva para ele, até falei: “Aí é que o senhor tem que fazer
antfer
(Antfer)
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