ao texto e esperava-se que o Onyx pudesse tornar o processo mais ameno,
debatendo ponto a ponto as questões mais polêmicas.
Quando o projeto já estava na reta final, os deputados leram o texto e
perceberam que o Onyx não tinha aliviado em nada os artigos mais
controversos. Isso encadeou uma insatisfação enorme entre os parlamentares,
o que também constrangia o DEM. Afinal, o Onyx tinha sido uma escolha do
partido para aquela missão. O projeto tinha emendas, destaques, alterações do
texto, mas nada havia sido feito com relação à questão de o caixa dois ser
incluído no Código Penal. E a previsão de um prêmio em dinheiro para
delatores permanecia, o que desagradava demais os parlamentares.
Onyx dava encaminhamento a esse projeto sob os holofotes da imprensa,
que acompanhava tudo passo a passo. O Ministério Público Federal, em
geral, e a Lava Jato, em especial, se manifestavam a cada novo lance. Era
tudo muito intenso.
Em uma reunião na casa do Rodrigo Maia, Onyx ouviu críticas muito
duras ao seu comportamento e à maneira como estava conduzindo o
processo. A reação dos deputados presentes beirava a revolta. Onyx ouvia,
mas não arredava o pé de fazer exatamente o que os procuradores da Lava
Jato do Paraná queriam. Muitos deputados haviam sido alvos de operações e
reclamavam das arbitrariedades cometidas pelo grupo paranaense, que agora
era o fiador das propostas das dez medidas.
O fato é que, no dia seguinte ao da reunião na casa do Rodrigo Maia,
cheguei de manhã à sala do Democratas e encontrei o deputado Pauderney
Avelino, meu correligionário do Amazonas. Perguntei se seriam mesmo
votadas naquele dia as dez medidas e ele me disse que estava um rolo só,
porque todo mundo estava enfurecido com o Onyx. Como não se chegava a
um acordo, já havia inclusive um movimento entre os parlamentares para tirar
antfer
(Antfer)
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