deputado pode fazer isso. Em 2016, o Delcídio do Amaral foi cassado do
mandato de senador porque na delação que fez para sair da prisão na Lava
Jato se comprometeu com o Judiciário a secretamente gravar as conversas
que tivesse com os senadores. Foi cassado por unanimidade por causa disso.
Saí dali e liguei imediatamente para o Pauderney, que estava na casa do
Rodrigo Maia. Pensei: “Esses caras vão tirar o Onyx da relatoria e vai dar
merda”. Decidi ir até lá, e ele já estava reunido com uns quinze
parlamentares, preparando a saída do Onyx. O Pauderney me recebeu na
porta e pedi para ele tirar o Rodrigo da reunião naquele instante. O Pauderney
ainda tentou argumentar, dizendo que o presidente da Câmara não poderia se
ausentar do debate naquele momento, e eu falei duro: “Manda parar a
reunião, porque vocês foram gravados. Chama o Rodrigo. Fala para ele me
encontrar sozinho”.
Fui até o escritório, que ficava ao lado da sala de reuniões, e logo o Maia
apareceu. Falei para ele: “Não troque o Onyx, porque ele gravou a reunião de
ontem. Eu não vejo nada de dramático ou comprometedor, mas é ruim que
isso venha a público”.
O Rodrigo ficou branco. Voltou para a reunião e suspendeu a troca da
relatoria do projeto das dez medidas. Saí de lá e fui para o gabinete do
Ronaldo Caiado, que já era senador. O Abelardo Lupion, que estava em
Brasília naquele dia, estava lá também. O Caiado mandou chamar o Onyx na
sala dele, fechou a porta e foi a maior bronca que já vi alguém dar na minha
vida. Ele exigiu que o Onyx apagasse a gravação, passou o maior sabão. E
Onyx ouviu tudo quieto, sem retrucar.
No dia da votação, Onyx foi para o plenário totalmente isolado, ninguém
passava perto dele, não davam nem um boa-noite. Ele falou no tempo
regulamentar defendendo seu relatório, mas tudo o que propôs o plenário
votou contra. Um placar avassalador derrotou a proposta das Dez Medidas
antfer
(Antfer)
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