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Na quarta-feira, 19 de fevereiro, fui para Assunção, no Paraguai, participar de
uma reunião com os ministros da Saúde do Mercosul. A pauta era o
coronavírus e o compartilhamento de informações sobre a pandemia, pois
pretendíamos estabelecer um trabalho conjunto. O encontro terminou no fim
da tarde, e eu peguei um voo de volta a Brasília. No dia seguinte, fiz uma
reunião com a participação do Wanderson Oliveira e do João Gabbardo.
Decidimos expandir o nexo epidemiológico para além da China, porque o
vírus já havia se espalhado pela Ásia. Colocamos como alvos a Coreia do
Sul, o Vietnã e diversos países da região, num total de oito. Emitimos uma
nota técnica informando aos estados e municípios que, se pessoas que
tivessem passado por esses lugares chegassem, era preciso monitorar de perto
seu estado de saúde.
Aqui vale uma observação: analisávamos os dados mundiais todos os dias
justamente para conseguir alimentar com inteligência a capilaridade do
sistema de saúde. É o Ministério da Saúde que indica as perguntas (e
protocolos) que as agências de saúde, que estão na ponta, farão aos seus
pacientes. Nesse sentido, a rapidez e a relevância das análises do ministério
são fundamentais, porque seus reflexos se espalham por todo o país. Também
gerávamos relatórios diários do que acontecia aqui, pois isso faz parte do
regulamento sanitário internacional. O boletim diário é uma exigência quando