Na questão da saúde, o Brasil tem uma relação histórica com a Inglaterra.
Mantemos uma troca de informações constante com o sistema de saúde de lá,
com as academias inglesas, com o Imperial College, um centro de referência
nas questões epidemiológicas. Naquele momento, buscamos saber como eles
estavam vendo a crise no mundo e, sobretudo, na Europa continental. Até
aquele ponto, a Inglaterra tinha adotado a posição de não paralisar as aulas,
por exemplo. Havia a orientação de fazer um distanciamento social de dois
metros, mas era apenas uma recomendação. Depois de cerca de uma semana,
quando os ingleses fizeram a revisão dessa posição, os sistemas de saúde da
Itália e da França já tinham caído, os números da Espanha subiam
vertiginosamente, os da Alemanha subiam, assim como os da própria
Inglaterra. Em questão de dias, a Europa praticamente toda foi mudando o
seu entendimento sobre a doença.
Aos poucos, o mundo percebia a gravidade do problema. Apenas os
Estados Unidos se mantinham na mão contrária. As ações de Donald Trump
eram muito questionáveis. Ele retirou, da linha de frente do combate à
disseminação do novo coronavírus, Robert Redfield, diretor do Centro de
Controle e Prevenção de Doenças (CDC). Historicamente, é o CDC quem fala
pelo sistema de saúde norte-americano. O foco do Centro é a vigilância sob a
ótica da defesa — suas preocupações são com o bioterrorismo e as doenças
infecciosas que possam ameaçar os norte-americanos. Como disse antes, em
2019, eu havia visitado o CDC e conversado com Redfield sobre uma possível
parceria para montarmos um laboratório NB4 no Brasil. Eles estavam
discutindo a implementação de dezesseis NB4 completos no mundo, e eu
achava que uma parceria poderia ser muito proveitosa.
Quando Trump tirou o CDC da condução das medidas de prevenção e
combate à covid-19 e colocou em seu lugar o vice-presidente Mike Pence,
deu um tom político ao contexto, sinalizando que o novo coronavírus
antfer
(Antfer)
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