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O Distrito Federal foi a primeira unidade da Federação a estabelecer medidas
de distanciamento social e, por meio de um decreto do dia 11 de março, a
suspender eventos e aulas nas escolas, e depois atividades de atendimento ao
público, paralisando restaurantes, bares, lojas, salões de beleza, academias,
shoppings. Na esteira dessa decisão, passando do teste positivo de Fábio
Wanjgarten para a covid-19 até a primeira confirmação de morte em São
Paulo, ações similares foram tomadas nos estados de São Paulo, em 16 de
março, e Rio de Janeiro, em 17 de março, em seguida em praticamente todos
os outros. O Brasil entrava em quarentena, para a contrariedade de seu
presidente.
No dia 18 de março havia uma videoconferência marcada com vários
países da América Latina, conduzida pelo presidente chileno Sebastián
Piñera, que havia emergido como uma liderança no caso das queimadas da
Amazônia, ocorridos no início do governo Bolsonaro. A pauta agora era o
novo coronavírus nas Américas. Bolsonaro foi convocado para o encontro,
mas na última hora não pôde participar, então representei o Brasil junto com
o general Augusto Heleno. Na ocasião, ficamos sentados um ao lado do
outro, bem perto, para dividir a tela do computador por mais de uma hora.
Ficamos ali naquele espaço a uma distância de meio metro um do outro, sem
máscara.