de dinheiro já não podia ser por padrão per capita, porque havia secretarias
estaduais — caso da Bahia — que não conversavam com os municípios e,
portanto, não repassavam o dinheiro. Deixavam o prefeito morrer de fome.
Então inverti a segunda passagem de dinheiro. Em vez de ser per capita,
troquei o parâmetro para média de produção. Mesmo que a maior parte das
cirurgias eletivas e exames tivesse sido suspensa, as unidades de saúde
receberiam o valor com base na média dos últimos quatro meses. Como
Salvador tem gestão plena e produção expressiva de média e alta
complexidades, o ministério passou o dinheiro direto para a sua prefeitura,
para que tivesse os instrumentos e meios de manter as despesas.
Para fazer essa articulação, ou seja, para conseguir que efetivamente desse
certo, conversei com o prefeito de Salvador e agendamos uma reunião com a
Frente Nacional dos Prefeitos. Eu precisava dizer a eles que passaria a fazer
assim, e que os governadores ficariam furiosos. Afinal, antes o dinheiro ia
para a mão deles, que decidiam como repassar aos municípios. Agora, eu
daria uma injeção na veia das prefeituras. Seria bom que os prefeitos
soubessem os critérios que eu utilizaria.
O presidente da Frente é o prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB).
Participei da videoconferência em que ele estava com mais alguns prefeitos e
foi durante essa discussão que, lá pelas tantas, falei que as eleições deveriam
ser adiadas. Propus que se desse um mandato-tampão para os que estavam no
cargo, porque eles estavam tomando decisões pensando demais nas eleições.
E, naquele momento, era preciso pensar nas próximas gerações.
Eles gostaram. Afinal, que prefeito não gostaria de um mandato-tampão
pela frente sem ter que passar por eleição? Nas eleições municipais, a saúde é
um fator que impacta muito, pois é a principal pauta do eleitor. Nos estados,
segurança é o tema central, e, no âmbito federal, é economia, emprego e
geração de renda. Ou seja, durante uma pandemia, o elo mais fraco são os
antfer
(Antfer)
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