National Geographic - Portugal - Edição 235 (2020-10)

(Antfer) #1
OUTUBRO 2020

monumentodaMorraLoba,emVouzela,um
recintotambémcomcincometrosdediâmetro
aindaporestudar.

HÁCERCADETRÊSMILANOS,asserrasdointeriorforam
tomadaspelaconstruçãodepequenostúmulos,
mastambémdemisteriososespaçoscerimoniais
relacionadoscoma morte.Parajá,apenaslevantá-
mosa pontadovéu,identificandoa densidadedes-
sasestruturas,masaindaseponderaa suafunção
ritual.Vamosterdeaguardarporprojectosdeinves-
tigaçãoquenosmostrema verdadeiracomplexi-
dadedestemundoedascomunidadesaele
associadas.Estascomunidadesviviamnoaltodos
montesnumperíododeapogeueconómicosusci-
tadopelaexploraçãodoestanhoabundantena
região,masessaé outrahistória...

São penedos graníticos ou xistosos, destacados
na paisagem, alguns gravados, envolvidos por um
volume de terras e pedras (tumuli), por vezes cir-
cundados por um anel de pedras.
Parece, de facto, haver uma tendência para se
demarcarem os espaços da morte desta época com
anéis de pedra. É neste contexto que começam,
igualmente, a ser identificados os recintos circu-
lares marcados com pedras fincadas, desprovidos
de tumuli (mamoa).
Estão nessa situação o monumento da Lameira
da Travessa de Lobos, em Castro Daire, reconsti-
tuído no Museu Arqueológico do Alto Paiva, em
Vila Nova de Paiva, um recinto com cerca de cinco
metros de diâmetro demarcado com pedras finca-
das, muitas das quais decoradas com símbolos reti-
culares e semicirculares, ou do recém-descoberto

Reconstituição de um ritual funerário, com a deposição de uma urna com cinzas no interior de uma cista, ao
centro de um espaço ritual circular. Vários destes monumentos concentram-se nas imediações de templos
megalíticos já conhecidos. Com os trabalhos em curso nas últimas décadas, identificaram-se centenas de
estruturas desta natureza na região Centro.

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