Todo comandante possui seus escudeiros, e com o técnico do Atlético não é
diferente. Conheça as peças que ajudam Sampaoli na luta pelo sucesso
EDITORIA DE ARTE / O TEMPO
OS ESCUD
EIR
OS
DE SAMPAOLI
A peça fora de campo dos escudeiros de
Sampaoli. Andreata trabalhou menos tempo com
o treinador que seus outros três escudeiros.
Eles se conheceram no Coronel Bolognesi,
do Peru, onde trabalharam juntos, em
- Depois disso, os caminhos se
separaram, mas o contato se manteve e
eles voltaram a trabalhar juntos no ano
passado, no Santos.
Andreata foi o homem de confiança
de Sampaoli nos bastidores do Peixe e
ocupa o mesmo papel no Galo, inclusive
negociando jogadores pedidos pelo treinador.
O pai Pablo e seu filho e assistente, Marco. “Os
Fernández” são os preparadores físicos da comissão técnica
de Jorge Sampaoli e, segundo Paván, mais parecidos com o
treinador. Especialmente Pablo, que, assim como Desio,
trabalha com o técnico desde 1994.
“O mais parecido com Jorge é Pablo Fernández,
que também tem um caráter forte, uma personalida-
de marcante. Eles são amigos há muitos anos. Os
dois e Desio são uma família para Sampaoli. Todos
são muitos unidos, e até mesmo os filhos deles
possuem bom relacionamento e convivem. Os três
formam uma família”, conta Pablo Paván.
O braço direito de Sampaoli. Auxiliar técnico, Desio
trabalha com ele desde o início da carreira e é o completo
oposto do treinador do Galo. Ele tem uma calma inspira-
da em Mahatma Gandhi, uma de suas grandes referências
na vida. “Desio tem um jeito mais calmo e tranquilo. É
bem diferente de Sampaoli e também possui leituras e
visões de mundo diferentes, fora do futebol. No trabalho,
eles se complementam com suas personalidades diferen-
tes”, diz Pablo Paván, biógrafo e amigo de Sampaoli, em
entrevista ao SUPER.FC. Para o lateral Guilherme Arana, os
dois têm uma conexão muito boa. “Eles são irmãos, com as
mesmas ideias e muito inteligentes também”, comenta.
Desio e Sampaoli se conheceram no início dos anos 90, no
clube Renato Cesarini, de Rosário, na Argentina, formado por jogado-
res e treinadores. Sampaoli convidou Desio para ser seu auxiliar em
sua primeira experiência como técnico, no Alumni de Casilda, em 94.
O auxiliar acompanhou o treinador em todos os seus trabalhos, tirando a
passagem do comandante pelo Juan Aurich, do Peru.
Gabriel Andreata
FOTOS: BRUNO CANTINI / ATLÉTICO
IVAN
STO
RT
I/S
AN
TO
S
FC
Fernandez
pablo e Marco
Jorge Desio
Aproxime
sua câmera
para
conteúdo
exclusivo
GABRIEL PAZINI
[email protected]
Jorge Sampaoli é o pri-
meiro a chegar e o último
a sair do trabalho. Obsti-
nado e perfeccionista, ele
dedica cerca de dez horas
por dia nos CTs para al-
cançar a perfeição e as vi-
tórias. O resultado é níti-
do. Além de ótimos traba-
lhos no Santos e no Sevil-
la, da Espanha, o líder do
Brasileiro com o Atlético
levou o Chile ao seu me-
lhor momento e ao seu
primeiro título: a Copa
América, em 2015.
Naquele ano, Sampaoli
foi eleito o terceiro me-
lhor técnico do mundo pe-
la Fifa e o melhor treina-
dor de seleções pela Fede-
ração Internacional de
História e Estatísticas do
Futebol (IFFHS).
O caminho para se tor-
nar um dos melhores do
mundo foi árduo. Sampaoli
precisou superar uma de
suas grandes desilusões para
seguir em frente. A dor do so-
nho interrompido o fez que-
rer ser treinador e forjou seu
perfil obstinado.
“A obstinação é algo inato
dele. Ele sonhava em ser jo-
gador profissional e, quando
esse passo foi impedido nas
categorias de base do
Newell’s Old Boys (lesão de
tíbia e fíbula), voltou para
sua cidade e tentou ser trei-
nador em um lugar muito pe-
queno e longe do futebol pro-
fissional, no Alumni de Casil-
da. Por isso, foi um caminho
enorme para ter um reconhe-
cimento de todo o trabalho
que ele fez. Creio que dessa
primeira frustração como jo-
gador veio o desejo de ser
treinador e se consagrar. Ele
tem uma ambição do tama-
nho da paixão que tem por
treinar, estar na frente de
um grupo e transmitir uma
ideia e um sentimento, e isso
se representa em campo”,
conta Pablo Paván, amigo e
biógrafo de Sampaoli.
Parceria com Messi
Técnico
‘invadiu’
CT da La U
no feriado
CONTEÚDO PREMIUM
UM SONHO INTERROMPIDO
FORJA PERFIL OBSTINADO
MJorge Sampaoli teve que abandonar a carreira de jogador ainda nas categorias de base por causa
de lesões e, a partir daí, começou a buscar a superação e a perfeição como treinador de futebol
OBSTINAÇÃO E TALENTO
A obstinação e o talento de Sampaoli o levaram a trabalhar com Messi e
comandar a Argentina. A parceria, porém, fracassou, e o treinador termi-
nou perguntando ao craque se ele deveria colocar Agüero em campo du-
rante a Copa ou manter o camisa 10 em campo.
Pablo Paván, biógrafo de
Sampaoli, conta uma histó-
ria curiosa sobre a obstina-
ção do técnico pelo trabalho.
“Em um feriado, um dia em
que os jogadores e os empre-
gados estavam de folga, ele
queria trabalhar, ver vídeos,
observar coisas que tinha
gravado. Então foi ao CT e
se apresentou para trabalhar
sozinho. Como ninguém po-
dia abrir o CT, ele saltou um
portão, mesmo já sendo trei-
nador profissional de La U.
Ele pulou o portão, entrou
no CT e foi para a sua sala
ver vídeos, fazer suas obser-
vações técnicas e trabalhar.
As câmeras de segurança re-
gistraram a ‘invasão’ de Sam-
paoli. Quando os seguranças
se deram conta de que o trei-
nador tinha entrado no CT
de uma forma pouco habi-
tual, não acreditaram”. (GP)
GIUSEPPE CACACE/AFP-26.6.
SUPER NOTÍCIASEGUNDA-FEIRA, 5 DE OUTUBRO DE 2020 J&R 15