Super Notícia (2020-10-05)

(Antfer) #1
TOP 5 DO SAMPA
* As cinco bandas de rock que
Jorge Sampaoli mais curte

1) Patricio Rey y sus Redondi-
tos de Ricota



  1. Callejeros




  2. Don Osvaldo




  3. Los Piojos




  4. La Renga




CONTEÚDO PREMIUM

DE BICICLETA: 15 MINUTOS


Sampaoli tem uma rotina diferente da que
tinha no Santos, onde morava na cobertura
de um prédio e ia de bicicleta ou moto elétrica
para os treinos, em um trajeto de 15 minutos.

ROCK E FUTEBOL


Torcida do Atlético sabe do gosto do técnico
pelo rock. Com a Cidade do Galo em Vespasia-
no, Sampaoli mora em um condomínio fecha-
do em Lagoa Santa e vai de carro para o CT.

SAUDADE DA PRAIA


No ano passado, o treinador argentino era
constantemente visto na praia em Santos
jogando futevôlei ou surfando e tirando fotos
com torcedores. Ele sente saudades da cidade.

LUTA PELA LIBERDADE


Depois de participar da luta contra Depois de participar da luta contra
a ditadura argentina, Sampaoli a ditadura argentina, Sampaoli
entrou no mundo do futebol, en-entrou no mundo do futebol, en-
quanto vários membros de seu quanto vários membros de seu
grupo de resistência na época se grupo de resistência na época se
tornaram figuras políticas do paístornaram figuras políticas do país

Fã de rock argentino, Jor-
ge Sampaoli adora ouvir
suas bandas favoritas, e elas
também possuem ligação
com outra paixão: a política.
O técnico do Galo é muito
atuante politicamente. Na
adolescência e no início da vi-
da adulta, inclusive, ele fez
parte da resistência na luta
contra a ditadura argentina,
que durou entre 1976 e
1983, quando ele tinha entre
16 e 23 anos.
Na época, Sampaoli vivia
em Casilda, no interior da Ar-
gentina, e ficava no balcão da
loja de peças da família, en-
quanto seu tio e amigos se
reuniam nos fundos para dis-
cutir a resistência. Ainda ga-
roto, o hoje técnico do Galo
participava das reuniões e da-

va opiniões, mas era o mais jo-
vem e, consequentemente, o
mais protegido. Ele ainda avi-
sava os companheiros quan-
do passava um Falcon Verde,
o carro que os militares usa-
vam para sequestros clandes-
tinos durante a ditadura. Vá-
rios membros dessas reu-
niões depois se tornaram figu-
ras políticas na Argentina.
Foi também naquela épo-
ca que Sampaoli se apaixo-
nou pelo rock. Bandas como
Los Abuelos de la Nada e Se-
rú Girán, que sofriam com a
censura do regime, conquis-
taram o treinador, que, inclu-
sive, foi ver shows dos gru-
pos em porões escondidos.
Quando a polícia chegava,
ele fugia e corria para não ser
preso e torturado. (GP)

UM SAMPAOLI COMO


POUCOS CONHECEM


ILUSTRAÇÃO: ACIR GALVÃO

ILUSTRAÇÃO: ACIR GALVÃO APRENDEU


APRENDEU


A RESISTIRA RESISTIR


DESDE CEDO CEDO


MIntenso e exigente no


trabalho, treinador do Atlético


não abre mão da diversão e é


muito brincalhão; além de ser


excêntrico, ele sabe curtir a


família, adora rock e cachorros


CHRISTOPHE SIMON/AFP-26.6.

GABRIEL PAZINI
[email protected]

No trabalho, Jorge
Sampaoli é extremamen-
te elétrico e intenso. Não
fica quieto, anda de um la-
do para o outro e grita o
tempo inteiro durante as
partidas. No dia a dia, nos
treinamentos, não é dife-
rente. O argentino é o pri-
meiro a chegar e o último
a sair da Cidade do Galo,
chegando a ficar cerca de
dez horas por dia no CT
alvinegro. Além de estu-
dar muito os adversários,
nos treinos, ele possui
seus momentos de brinca-
deiras e risadas com os jo-
gadores, mas também co-
bra bastante, como co-
menta Guilherme Arana,
um dos destaques do Galo
nesta temporada, em en-
trevista ao SUPER.FC.
“A gente chega, e ele
realmente já está lá. Antes
de começar o treino, ele já
conversa bastante com a
gente, faz algumas brinca-
deiras, dá risada, brinca
conosco e com os garotos
da base, especialmente
com o Savinho. Mas,
quando começa o treino,
é seriedade, ele cobra bas-
tante, é muito exigente,
capacitado e sabe o que
quer. Aprendemos mui-
tas coisas com ele todos
os dias. Dentro de campo,
ele cobra muito, e acho
que está dando certo, o
Atlético está evoluindo
bastante e trilhando um
bom caminho. A cobran-
ça dele é muito grande pa-
ra que tudo saia muito
bem”, destaca.
No entanto, se no traba-
lho Sampaoli é “ligado no
220”, fora de campo ele é
bem diferente. Grande
amigo do treinador, Pablo
Paván, autor da biografia
do comandante, chamada
“No Escucho y Sigo”
(“Não Escuto e Sigo”, em
português), revela outro
lado do técnico em entre-
vista ao SUPER.FC.
“No campo, ele é muito
intenso, enérgico... Fora,
ele é um homem que des-
fruta estar com sua famí-
lia, passar um tempo com
seus cachorros e também
de treinar, ter um vínculo
mais lúdico com o futebol
e outros esportes, como o
tênis. Ele gosta muito de
ouvir rock argentino, ver
séries e filmes. Ele é um
homem muito cult”, conta
Pablo Paván.

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CONTINUA NAS PÁGS. 14 E 15


MEntre 16 e 23 anos, técnico do


Galo apoiava e também participava


de reuniões clandestinas na luta


contra a ditadura na Argentina


Amizade com


ex-presidente


do Equador


segue até hoje


“As inclinações políticas
de Jorge vêm da sua juventu-
de. Jorge se formou na resis-
tência. Os pensamentos de
esquerda guiaram toda a sua
vida, e segue assim hoje”,
conta Pablo Paván, amigo e
biógrafo de Sampaoli, para o
SUPER.FC. Não à toa, em
entrevistas coletivas recen-
tes, Sampaoli fez duras críti-
cas ao neoliberalismo de
Piñera e Macri, apoiou as
manifestações populares no
Chile e declarou apoio a Al-
berto Fernández e Cristina
Kirchner na Argentina.
A grande curiosidade, po-
rém, talvez seja sua amizade
com o ex-presidente do Equa-
dor, Rafael Correa. Quando
foi técnico do Emelec, Sam-
paoli se tornou amigo do en-
tão presidente do país e torce-
dor do clube. Os dois conti-
nuam conversando sobre fu-
tebol, política e economia,
por telefone. (GP)

(^8) J&R SUPER NOTÍCIASEGUNDA-FEIRA, 5 DE OUTUBRO DE 2020

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